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Valéria Dallegrave

Jornalista, escritora e dramaturga

35 artigos

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Pelo uso das mídias sociais por uma cultura de paz

Não consigo, entretanto, esquecer que o mundo evoluído com que sonhamos no futuro precisa superar a onda de ódio, intolerância e egoísmo espalhada através das redes sociais. Como sou otimista, busco nisso tudo algum aprendizado que nos mostre o caminho para chegar lá.

Da mídia de consenso à mídia de conflito
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Hoje visitei uma escola para combinar conversas com as crianças sobre meu livro de crônicas. Conheci duas turmas, e o “cantinho da leitura” criado em todas as salas de aula, uma proposta muito interessante para incentivar a leitura. Tive conversas rápidas com as crianças, e gostei demais. Fiquei surpresa com o interesse que demonstraram em conhecer uma escritora em carne e osso e ouvir um pouco das histórias do livro. Um tempo depois de sair da escola, me dei conta do que me impressionou: os jovens que chegam à Faculdade são, em sua maioria, apáticos. O que faz com que nossas crianças se tornem adultos sem entusiasmo pela vida e pelo estudo? Considero que a resposta passa pelo sistema capitalista. Se  o principal objetivo é acumular dinheiro para gerar status, adquirir objetos e se sentir poderosos... aonde ficam os verdadeiros prazeres e valores da vida? Os afetos? A alegria de aprender e compartilhar? A espontaneidade  em viver? 

Alguns podem considerar o raciocínio exagerado, mas se considerarmos que quase todas notícias, opções de entretenimento e propagandas têm um ponto de vista especialmente voltado para a onipotência - e onipresença - do capital, essa visão de mundo - de que o dinheiro é mais importante que tudo - se torna preponderante. Fica como um véu sobre tudo que antes tinha brilho próprio e cores maravilhosas. É uma neblina encobrindo a personalidade dos jovens, que se adaptam a um pragmatismo e uma massificação que os impedirá de dar ao mundo a contribuição indispensável de suas paixões e a genialidade de cada indivíduo único.

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Mas a visita à escola me provocou outras reflexões. Aproveitei, ao ser apresentada a alguns professores, para lhes dar parabéns. Para mim, os professores são os verdadeiros heróis da atualidade. Já escrevi alguns textos sobre como se tornaram os últimos guardiões dos valores importantes em uma sociedade desumanizada e violenta. Já dei aulas, e sei na pele a dificuldade de lidar com muitas situações difíceis que surgem no cotidiano, em uma sociedade que está esquecendo o respeito e a solidariedade.  

Neste espírito, lembrei da história de que dentro de nós existem dois lobos, um bom e outro mau, que lutam entre si. O que vencerá a luta será aquele que alimentarmos. Os professores são alguns dos que realmente podem fazer a diferença, ao alimentar o lobo bom dentro de cada uma das crianças e jovens...

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Não consigo, entretanto, esquecer que o mundo evoluído com que sonhamos no futuro precisa superar a onda de ódio, intolerância e egoísmo espalhada através das redes sociais. Como sou otimista, busco nisso tudo algum aprendizado que nos mostre o caminho para chegar lá. E, como jornalista e professora de jornalismo, entendo que as teorias da comunicação precisam passar por profunda revisão e reinvenção, considerando a influência das redes sociais na humanidade, conforme a ação da Cambridge Analítica, que conseguiu manipular a população de diferentes países, direcionando escolhas cívicas - como a votação do Brexit, a eleição de Trump e a de Bolsonaro aqui no Brasil- e espalhando ódio. Quem não assistiu ainda ao documentário Privacidade Hackeada, assista e entenderá melhor do que estou falando...

E fico pensando: se finalmente, nas teorias da comunicação, se chegar ao consenso de que aquilo que retratamos nas mídias é capaz de transformar mentes e corações – ou seja, a sociedade como um todo -, o que pode acontecer se usarmos estes canais conscientemente para gerar uma cultura de paz, solidariedade e respeito às diferenças? 

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Só sei que não podemos desistir de tentar construir este novo mundo. Como sonhadores que sonham juntos uma nova realidade, convido você a imaginar comigo. Já dizia John Lennon: imagine todas as pessoas compartilhando o mundo, e vivendo a vida em paz... 

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