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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Pergunta ao presidente Jair Bolsonaro

O presidente pretenderia exercer um poder imperial, sem o estado democrático de direito, com o Congresso e STF fechados, uns 30 mil opositores assassinados pelo terror de estado, censura e outros tantos sob tortura?

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Publicado originalmente no Pensar Piauí

Uma pergunta se pode fazer neste momento trágico da história brasileira, marcado pela tempestade perfeita, onde acontece, ao mesmo tempo, a combinação das consequências atuais de um golpe de estado, em 2016, com um presidente como Jair Bolsonaro e uma crise sanitária sem precedentes, provocada pela pandemia. Enquanto se agrava o quadro de mortes, pacientes em estado gravíssimo, em unidades de terapia intensiva (UTIs) que já não estão mais disponíveis, o presidente convoca e participa de manifestações em favor de sua ditadura.

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Como todos viram, houve carreatas e atos públicos, ocorridos no final de semana (18 e 19-4), talvez em todas as capitais estaduais e em várias cidades de médio porte, em defesa do retorno da ditadura militar, apoio a Bolsonaro – tendo ele como o “candidato” a ditador, é claro – e pelo fim do isolamento social. Articulada através das redes sociais bolsonaristas, impulsionadas por milhares de robôs – a grande maioria dos milicianos digitais –, as manifestações golpistas, fantasiadas de “patrióticas”, de verde e amarelo, intensificaram o vendaval.

A pergunta que não quer calar se refere aos objetivos do presidente. Aonde ele quer chegar? Manter-se no poder ad eternum parece ser uma das respectivas respostas mais óbvias. Sua sede aumenta na medida em que ele lá permanece, hora a hora, dia a dia, e é compartilhada pelo clã, em escala ampliada, especialmente pelo trio de filhos presidenciais, o 01, 02 e 03. É dispensável declinar os respectivos nomes. Todos os sabem suspeitos personagens aboletados em altos cargos parlamentares e suas mordomias.

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Esplêndida Alvorada

Viver um conto de fadas, no esplêndido Palácio da Alvorada, projetado pelo arquiteto comunista Oscar Niemeyer, gênio da raça brasileira, certamente é algo sedutor e deve dar, ao inquilino do momento, o desejo de se perpetuar, enquanto vivo, em cenário tão magnífico. Ainda mais quando existe como se rei fosse, cheio de serviçais, oficiais das Forças Armadas trabalhando como ajudante de ordens, inúmeros puxa-sacos e um séquito infinito de políticos e empresários de pires nas mãos, prontos a ajoelhar-se para serem atendidos.

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São as particularidades do poder, que no entanto não devem ou não deveriam materializar o exercício do poder pelo poder, em favor de si mesmo, elemento claramente presente na visão de Bolsonaro, homem autoritário, cruel, com inspirações e aspirações ditatoriais, que desde sempre atacou a democracia. Ele a usou e coexistiu, se aproveitando de suas lacunas, para ascender, e agora que alcançou, a partir do baixo clero da Câmara dos Deputados ao longo de 30 anos, o degrau máximo da República Federativa do Brasil, quer destruí-la.

Mas a pergunta original continua sem resposta. Ele quereria imperar num cenário de terra arrasada, com dezenas de milhares ou milhões de cadáveres em suas costas, como resultado de sua postura genocida negacionista, de ignorar a gravidade da pandemia do coronavírus? O presidente pretenderia exercer um poder imperial, sem o estado democrático de direito, com o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) fechados, uns 30 mil opositores assassinados pelo terror de estado, censura e outros tantos sob tortura? É isso?

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