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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Pesquisa aponta que Bolsonaro perde aprovação com crise do coronavírus

"Ficou demonstrado que 50% da população desaprovava a conduta presidencial na crise da pandemia. Isto, obviamente, abrange o universo que antes o julgava 'mito'. Ou seja, o isolamento de Bolsonaro já transborda para o seu público de apoiadores", enfatiza a jornalista Denise Assis

(Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - É possível, que o caminhão que passar repleto de corpos das vítimas do coronavírus, conforme alertou o ministro Luiz Henrique Mandetta, tenha mais um cadáver a recolher. O do presidente Jair Bolsonaro. Sem partido, sem o apoio do ministro da Justiça - com quem pensava contar para passar um “corretivo” nos governadores, adeptos corretamente do isolamento social - e, agora, sem apoio de metade da população para as suas ações durante a crise do Covid-19, o do presidente pode ser o corpo a ser incorporado à coleta. 

Em média 50% da população desaprova a sua atitude perante a crise, foi o que avaliou pesquisa realizada pela empresa Travessia Estratégia e Marketing, juntamente com o Jornal Valor, divulgada na sexta-feira, (28 de março). Foram ouvidas mil pessoas, por telefone, entre os dias 20 e 21 e ficou demonstrado que 50% da população desaprovava a conduta presidencial na crise da pandemia.  Isto, obviamente, abrange o universo que antes o julgava “mito”. Ou seja, o isolamento de Bolsonaro já transborda para o seu público de apoiadores. 

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Hoje os ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), além do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pediram em manifesto a renúncia de Jair Bolsonaro por ser "um presidente da República irresponsável", e o acusam de cometer crimes, fraudar informações, e mentir, incentivando o caos. Enquanto isto, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, lança mão do “Tratado de Roma”, do qual o Brasil é signatário, para ameaçá-lo com o artigo que o condenaria por “crime conta a humanidade”. 

Os abordados na pesquisa Travessia/Valor sabem do que estão falando, pois 99% dos que responderam, disseram ter ouvido sobre a pandemia e apenas 6% declararam não saber como evitar o contágio. A margem de erro é de 3% e a de acerto, estimada em 95%.

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Embalados pelas estultices presidenciais, 17% acreditam que o brasil vai superar o contágio pelo coronavírus em “algumas semanas”. Mas 48% consideram que isto pode “levar meses”. Enquanto 22% está pessimista, respondendo que “vai demorar muito tempo”. A esta pergunta, 13% disseram: “não sei”.

Quando o tema abordado é a economia e as consequências do vírus no desempenho do país, 4% dizem que não vai haver “nada demais”. Para 31%, porém, assim que passar o isolamento, o país se recupera rapidamente, mas para 54% os efeitos da crise serão “devastadores, e nos prejudicará nos próximos períodos”. Enquanto 11% não souberam avaliar.

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Quando a pergunta é a atuação do presidente, aí, sim, fica evidente que ele está perdendo terreno entre os seus. Apenas 28% apoiam a sua performance (sem noção); 50% desaprovam e 22% não sabem avaliar. Devem estar aí, nesses 22%, alguns arrependidos inconfessos, que preferiram sair pela tangente.

Quando o quesito é gênero, Jair Bolsonaro perde para as mulheres. São 55% a desaprová-lo; 22 de aprovação entre elas e 23% declararam “não saber. Já entre os homens, são 34% os que aprovam a sua conduta perante a crise, enquanto 50% o desaprovam e 22% se mantêm na margem dos que dizem não saber. 

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Por regiões, fica mais que patente a perda de Jair. Quando se observa os percentuais de votos nas regiões Sudeste (53%) e Sul (57%), nas eleições de 2018, vê-se que o desgaste não tem sido pequeno. Ele amargou na pesquisa os seguintes números: apenas 26% aprovaram o seu desempenho como gestor da crise, na região Sudeste, sendo a desaprovação na casa de 51%, enquanto 11% dizem não saber avaliar. No Sul, apenas 33% o aprovam – o seu universo de sempre, de seguidores fanáticos -; 43% desaprovam e 24% não sabem se posicionar. No Nordeste, onde ele não tem nem nunca teve boa penetração, 22% aprovam; 58% desaprovam e 20% não sabe. A pesquisa fundiu as regiões Norte/Centro Oeste e os resultados ficaram assim: 37% aprovam 41 desaprovam e 22% não sabem. Teve queda. Em 2018 o Norte lhe deu 43% e o Centro Oeste, 58%.

No quesito “faixa etária”, o presidente leva uma surra entre aqueles que ele quer nas frentes de batalha: os jovens. O índice de aprovação é de 11% apenas. A desaprovação vai a 75% e 14% é a turma do “Não sei”. À medida que as faixas aumentam, os números ficam um pouco melhores, mas ainda assim de 25 a 34 anos 24% o aprovam; 54% desaprovam e 14% não sabem. De 35 a 44 anos, 33% aprovam, 45% desaprovam e 22 não está nem aí. De 45 a 60 anos a aprovação cai para 31%, enquanto a desaprovação atinge 47% e de novo 22% não sabem. É na faixa de 60 anos para mais que ele ainda aparece um pouquinho mais bem posicionado: 31% o aprovam, 40% desaprovam e 29% não têm opinião.

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Quando o tema é religião, não há grandes surpresas. Entre os católicos ele tem 24% de aprovação, 57% de reprovação e 19% neutros. No meio evangélico são 37% de aprovação (são os que o seguem fielmente); 35% de desaprovação e 28 neutros. Quando a pesquisa é no item “outros”, para religião, aí, sim, ele vai muito mal. São 22% de aprovação, contra 64% de desaprovação e 14 de “não sei”. E, perguntados sobre se confiam no presidente para gerenciar a atual crise, são só 24% de respostas positivas, entre os entrevistados, contra 64% de NÃO CONFIO. Restaram 12% a dizer: “não sei”. Como podemos observar, Bolsonaro está mesmo na fila dos despojos. 

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