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Michel Zaidan

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Pragmatismo, alianças e oligarquias

Mais uma vez o pragmatismo de um partido que nasceu das greves e que dependeu de negociadores, vai ditar a lógica dos apoios eleitorais

Paulo Câmara, Lula e João Campos (Foto: Ricardo Stuckert)
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Conheci pessoalmente Lula no início dos anos 80, quando lecionava na Universidade Federal da Paraíba  - Campus 2. O líder petista e ex-presidente da República foi ao estado  para expor o projeto de criação do Partido dos Trabalhadores. No fim de sua explanação disse Lula: "a greve é  a maior arma do trabalhador brasileiro". A frase desconversou a platéia  - por sinal simpática a ele.Se a greve era a maior arma do trabalhador, para que criar um partido?

Desde essa época ficou a impressão que era o movimento sindical do ABC quem pautava o partido, não o partido que politizava  estrategicamente o movimento sindical.  O PT ficou com a fama de sindicalismo, sem uma visão ampla do desenvolvimento do capitalismo no Brasil  e que estratégias  seriam necessárias  para enfrentá-lo. Depois veio o advento das "câmaras corporativas", onde líderes sindicais  negociavam diretamente com os prepostos das empresas automobilísticas. E, finalmente, a entrada de ex-dirigentes sindicais  nos ministérios, empresas estatais e fundos de pensão.  Lula ganhou a fama de negociador  e pragmático  e propôs  alianças, à direita e à esquerda moderada. Até a Igreja universal foi chamada para integrar o governo petista. Tendo um bispo da igreja como ministro da Pesca....das almas incautas.

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Quando vejo as notícias de que Lula veio ao Recife  tratar de uma aliança nacional com o PSB para apoiar sua candidatura e, em troca,  apoiar  a candidatura de Geraldo Júlio  ao governo do Estado, tremo nas bases. O PT não precisa  desse apoio para ganhar as eleições.  Nem há garantia de que o PSB venha apoiar nacionalmente o PT em todos os estados. Mais uma vez o pragmatismo  de um partido que nasceu das greves e que dependeu de negociadores, vai ditar a lógica dos apoios eleitorais. E nós, pernambucanos, vamos ter que engolir  a reprodução  da oligarquia pernambucana por um bom tempo ainda. É  o tempo do inferno, do sempre-igual, de que falava  Blanqui, Baudelaire e Benjamin referindo-se a modernidade capitalista (no nosso caso) hipertardia e atrasada. 

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