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Cesar Calejon

Jornalista, mestre em Mudança Social e Participação Política pela USP com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV. Autor dos livros A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI, Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil e Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil

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Prisão de Ribeiro serve de exemplo para todos os parlamentares que apoiam o bolsonarismo

'Prisão do ex-ministro demonstrou como Bolsonaro trata seus aliados. Bolsonaro vendeu Ribeiro na bacia das almas sem hesitação', diz Cesar Calejon

Bolsonaro e Milton Ribeiro (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)
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Por Cesar Calejon, para o 247

A prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, que foi acusado de corrupção para atender os interesses do bolsonarismo junto a políticos evangélicos, para muito além de colocar uma verdadeira pá de cal sobre o falso moralismo do governo Bolsonaro, demonstrou, empiricamente, como Jair Bolsonaro trata os seus próprios aliados. 

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Em março deste ano, ao ser interpelado pela própria Polícia Federal, Ribeiro disse que apenas obedecia “ordens do presidente” e que a negociata havia sido um “pedido especial” de Jair Bolsonaro para priorizar o repasse de verbas do Ministério da Educação (MEC) aos municípios indicados pelos pastores Gilmar Silva e Arilton Moura. 

Ontem, no mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu Milton Ribeiro, Bolsonaro correu para abandonar o antigo aliado pelo qual disse que colocaria a própria cara no fogo e ainda o utilizou, descaradamente, como um boi de piranha para afirmar que não interfere nas ações da PF.

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“O caso do Milton (Ribeiro), pelo que eu estou sabendo, é aquela questão que ele estava, estaria com a conversa meio informal demais com algumas pessoas de confiança dele. E daí houve denúncia que ele teria buscado prefeito, gente dele para negociar, para liberar recurso, isso e aquilo. E o que aconteceu? Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal que a Polícia Federal está agindo”, afirmou Bolsonaro na manhã de ontem à rádio Itatiaia.

Ainda segundo o chefe do bolsonarismo, “(...) ele (Milton Ribeiro) responda pelos atos dele. Eu peço a Deus que não tenha problema nenhum. Mas, se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respingar em mim, obviamente”. 

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Além da necessidade de se estabelecer uma CPI para aferir os crimes exatos que foram cometidos durante a gestão bolsonarista no Ministério da Educação e apontar os seus perpetradores, esse episódio enfatiza como o bolsonarismo trata as pessoas que lhe serve de instrumentos quando essas enfrentam situações difíceis. 

Neste sentido, enquanto Bolsonaro vendeu o seu aliado na bacia das almas sem nenhuma hesitação, até o ex-presidente Lula disse que o “(...) direito à defesa é (um) valor monumental”. 

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Nos próximos dias, Bolsonaro deverá insistir na narrativa de instalar a CPI da Petrobras para tentar esvaziar o caso do MEC. Aqui, vale a máxima de que o “ataque é a melhor defesa”. 

Evidentemente, Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos são apenas peões de um jogo muito mais nefasto e complexo. Ou seja, eles formam apenas a pequena parte visível, pelo menos até aqui, de um enorme iceberg que se encontra sob a superfície do escândalo.

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De qualquer maneira, a prisão de Milton Ribeiro serve como exemplo prático para todos os parlamentares que ainda apoiam o bolsonarismo: ao menor sinal de problemas, vocês não serão somente abandonados, mas, em última instância, utilizados como bucha de canhão para defender os interesses do bolsonarismo.

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