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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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PT não deve aderir a movimento tucano. Quem garante que Ciro venceria Bolsonaro?

Ciro e seus comparsas, com isso, tentam impor uma corresponsabilidade do PT pela eleição de Bolsonaro. Mas resta uma pergunta a ser feita: quem garante que Ciro venceria Bolsonaro. O PT não divide a esquerda

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O PT foi recentemente criticado, inclusive pela mídia progressista, por tentar manter a hemogenia  no campo democrático, ao não se alinhar de cabeça no movimento, que faz oposição a Bolsonaro, denominado de “Direitos Já! – Fórum pela Democracia”. O movimento, que foi criado pelo tucano Fernando Guimarães, e conta, inclusive, com a participação direta de Alckmin, Anastasia (não nos esqueçamos, relator do golpe em Dilma no Senado Federal) e do próprio FHC, que mandou mensagem a ser lida no último evento presencial do movimento, sugere que o PT dê um passo atrás e faça uma autocrítica de sua postura como oposição.

Acredita-se que o PT, ao adotar, de forma prioritária, a bandeira Lula Livre, coloca em risco a atuação da oposição que, de fato, anda desorganizada e pouco unida, frente ao fascismo deliberado a que o povo brasileiro vem sendo submetido, ao longo dos últimos 9 meses. Dessa forma, pessoas diretamente responsáveis pelo surgimento do antipetismo, como Marta Suplicy, que também compõe o movimento, tentam levar vantagem política da situação, fomentando ainda mais o ódio ao Partido dos Trabalhadores e tentando direcionar à esquerda, esse sentimento, até há pouco tempo, restrito ao centro e à direita no país.

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Ciro Gomes, antes aliado de Lula e que chegou a criticar várias vezes sua prisão injusta e de caráter unicamente político, é o grande nome do movimento. Ciro, que não perde uma chance de criticar Lula, tenta impor como fato sua suposta vitória contra Bolsonaro, no segundo turno, no último pleito eleitoral, caso isso tivesse acontecido. Com isso, o PT, ao não o apoiar, teria criado a situação propícia para eleição do capitão da reserva. Ciro e seus comparsas, com isso, tentam impor uma corresponsabilidade do PT pela eleição de Bolsonaro. Mas resta uma pergunta a ser feita: quem garante que Ciro venceria Bolsonaro.

De fato, nas pesquisas de segundo turno, Ciro Gomes, aparecia com mais chances de derrotar Bolsonaro do que Haddad, que acabou perdendo as eleições. Mas nós não podemos esquecer de um princípio básico da política e da matemática: para vencer o segundo turno, você precisa chegar no segundo turno. E, para isso, Ciro precisava que o maior partido de esquerda da América Latina, abandonasse a campanha para liberdade do maior líder político da história do país, para apoiá-lo. Mas segundo ele, Lula “que não tem nada de inocente” e o PT que foram “egoístas” nas eleições.

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Temos que destacar também que, se presente em um eventual segundo turno, o próprio antipetismo se voltaria contra Ciro. A duradoura parceria do pedetista com Lula, seria explorada ao extremo. Ciro só “bateu” nas eleições, porque não adquiriu tamanho suficiente para ser alvo direto de ataques, e “apanhar”, como aconteceu com Haddad e Bolsonaro. A minha impressão é a de que Ciro, ao ser o centro das atenções políticas, desidrataria mais que Haddad, e a vitória de Bolsonaro seria ainda mais folgada. Mas isso é um palpite, nem eu, nem você e nem Ciro Gomes ou FHC podemos prever o que aconteceria em um cenário que não chegou sequer perto de ocorrer.

Ciro Gomes continua a criticar Lula sistematicamente e se une com facilidade aos tucanos citados acima (pois ele próprio, Ciro Gomes, já foi do PSDB) e com gente da laia de Kassab, querendo assim liderar um movimento de ex-querda sem o PT. E o pior, propagando o antipetismo na esquerda legítima. A sede por poder do ex-Governador do Ceará, propõe que esqueçamos Lula na carceragem em Curitiba, mesmo admitindo que não houve o devido processo legal no julgamento, liderado por Moro e pela república de Curitiba.

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Felizmente, o último encontro do “Direitos já” não contou com a presença de Haddad, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos e outros quadros que não pretendem abandonar a causa Lula Livre, o caminho mais rápido para o restabelecimento de um regime minimamente democrático no país.  Mas não podemos negar o sucesso do evento que contou, inclusive, com Noam Chomsky, que defendeu o caminho da perda da Hegemonia petista como uma possível solução ao fascismo tupiniquim de Jair Bolsonaro.

O PT não divide a esquerda. O partido, que sofreu golpes de forma sequencial nos últimos anos, ainda é disparado o partido com maior preferência entre os eleitores e conta com a maior bancada da Câmara. Querem acusar alguém de dividir a esquerda, pois que se acuse Ciro. E sigamos com a campanha de libertação de Lula.

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