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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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PT não tem 'gabinete do ódio', PT tem 'gabinete da história'

Com a proximidade das eleições municipais, o colunista Gustavo Conde lembra como se tentou criminalizar o PT também na arte do debate. Ele diz: "na impossibilidade de lidar com essa impiedosa realidade, eternos pretendentes a líder de massas tiveram de recorrer ao uso do simulacro: chamaram a realidade do debate público que lhes esfolava o discurso rarefeito de 'gabinete do ódio do PT'"

Debate com Dilma Rousseff e Aécio Neves / 2014 (Foto: Reprodução)
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O alardeado 'gabinete do ódio do PT', invocado por Ciro Gomes e Marina Silva, é na verdade o 'gabinete do amor e da verdade'. É o 'gabinete da história'. É o 'gabinete da factualidade'.

Senão vejamos:

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Marina Silva derreteu feito manteiga na chapa em 2014 porque simplesmente foi "exposta". "Quem é Marina Silva?", perguntaram os eleitores. E a resposta foi precisa: uma idealista sem um projeto e sem uma visão de país (apenas a visão do meio ambiente).

Não foi preciso mobilizar o marketing político para desconstruir Marina, pelo amor de deus. Ela se desconstruiu sozinha, afogada nas contradições.

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Tanto que em 2018... Ah, deixa pra lá.

E o Ciro?

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Aí, a explicação é mais tortuosa.

Todo mundo que tenta flanar na popularidade de Lula e do PT e depois não recebe o pratinho de ração habitual da política coronelista (o toma-lá-dá-cá), sai fumegando pelas ventas.

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Não é preciso um gabinete de coisa nenhuma para assistir Ciro Gomes ficar furioso com suas próprias contradições.

(É bom ter contradição, faz parte... Mas não precisa exagerar né).

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Como no embate direto, Ciro não tem nada para mostrar - ou muito pouco, se comparado aos governos de Lula e Dilma -, ele cai na pistolagem agressiva do apontar de dedos.

Quando ele tem um surto passageiro de humildade e resolve assumir quem é - um tecnocrata tucano com sotaque - ele cai no mesmo lodaçal que o PSDB vinha caindo nas últimas eleições presidenciais: o povo que elege um presidente não escuta esse tipo de baboseira de 'déficit publico' e 'superávit fiscal'. Ninguém sabe o que é isso - nem a elite, que é burra por definição.

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Ora, o que acontece com um político metido a líder de massas que só tem o discurso técnico de governança para vender?

É desconstruído sozinho.

Esse tempo já se foi (o tempo em que a tecnocracia elegia governantes).

E ele só existiu pelo pânico das nossas elites à soberania popular subscrita nas ações e no discurso de Lula e do PT.

Acabou sendo difícil-quase-impossível vencer o PT no debate direto.

Não foi à toa que o partido venceu 4 eleições seguidas e nas restantes ficou em segundo lugar (nas restantes do período pós ditadura).

O drama é esse: a história, a realidade, a consciência política e a factualidade são os elementos que sempre vinham dando as vitórias ao PT nas últimas décadas.

Na impossibilidade de lidar com essa impiedosa realidade, eternos pretendentes a líder de massas tiveram de recorrer ao uso do simulacro: chamaram a realidade do debate público que lhes esfolava o discurso rarefeito de 'gabinete do ódio do PT'.

Nessa brincadeira de maus perdedores, o que aconteceu? Aconteceu Bolsonaro.

Agora, os pretendentes a mito seguem sufocados pelas próprias contradições e lacunas de humanidade.

O país deve tanto ao PT que é bom nem tocar nesse assunto.

O PT garantiu um debate público, garantiu o respeito à democracia, aceitou derrotas, aceitou perder no debate, recusou um terceiro mandato, recusou aventuras autoritárias, respeitou a imprensa que lhe era e é hostil, manteve relações civilizadas com as elites podres para sustentar a revolução silenciosa da inclusão social.

O PT representa densidade demais para essas corruptelas de candidatos fracassados pretendentes a arautos da governança pública.

Não será fácil fazer retornar essa qualidade de debate público no Brasil.

Mas a gente precisa tentar, à revelia de todos esse tubos de ensaio ambulantes, cujo sumo do bagaço sugere apenas narcisismo e ambição individual.

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