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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Putin colocou o revólver na parede

"Putin não pode recuar; Zelensky não pode se render. A opção de Putin é vencer ou vencer. A opção de Zelensky é vencer ou morrer", escreve Alex Solnik

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Foto: Kremlin/Reuters)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

“Se você colocar um revólver na parede no primeiro ato, ele tem que ser disparado no segundo”. 

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Encontrei o conselho de Anton Tchecov aos jovens dramaturgos durante a leitura de artigos da imprensa russa, ucraniana e polonesa que fiz neste final de semana. 

E, olha, especialistas teóricos em guerra e generais que guerrearam na prática são unânimes em afirmar que ninguém sabe até onde vai essa guerra de Putin, em intensidade e em duração, mas que não vai acabar já já como o mundo espera todos os dias. 

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E pode evoluir de forma dramática. À medida em que as armas convencionais russas forem sendo destruídas pela Ucrânia, à medida que aumentem as baixas das tropas russas, Putin poderá recorrer ao arsenal nuclear, o qual, aliás, já colocou na parede no primeiro ato da peça que está escrevendo.  

Dizem também os experts que Putin está preparando essa guerra desde 2014. Seus cofres estão recheados de reservas que acumulou. As sanções econômicas são duras, mas não o suficiente para fazê-lo parar antes de conseguir seu objetivo. 

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“A guerra é um ato de violência destinado a dobrar a vontade do oponente à nossa vontade” ensina o general Carl Von Clausewitz, também citado em artigos que li sábado e domingo.

Putin não vai recuar até a Ucrânia “se dobrar à sua vontade”, que é submetê-la ao controle da Rússia. Não é uma guerra apenas para consolidar a conquista da Crimeia e as repúblicas separatistas de Donbass. Isso é história para boi dormir.

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Para dobrar a vontade da Ucrânia, porém, Putin tem de conquistar Kiev. Mas não será fácil. Dois milhões de moradores continuam na capital do país, dispostos a resistir. As baixas russas deverão ser imensas. Na batalha com a Alemanha nazista, em 1941, Kiev ganhou o galardão de “cidade heróis”. E o isolamento internacional de Putin vai aumentar.

Negociações de paz nunca saíram da estaca zero. Putin não pode recuar; Zelensky não pode se render. A opção de Putin é vencer ou vencer. A opção de Zelensky é vencer ou morrer.

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Nem protestos internos, imediatamente sufocados, nem pressão dos oligarcas vão deter Putin. Seria o mesmo que se render, reconhecer seu erro. Mostrar fraqueza seria o seu fim. Líderes autoritários sempre tiveram mais sucesso na história russa que conciliadores. 

Ninguém se arrisca a prever o segundo ato da tragédia.  

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