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Matheus Brum

Mineiro de Juiz de Fora, jornalista e escritor

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Qualquer candidato(a) precisa falar sobre prevenção de enchentes em 2020

É preciso conscientizar a população ribeirinha do perigo de fixar residência ao longo dos rios; depois, é preciso que se tenha fiscalização, permanente, da Defesa Civil para avaliar a estrutura e as condições dos imóveis

Enchente no litoral paulista (Foto: CbPM Douglas Arrais/ Bombeiros de SP)
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Olá, companheiros e companheiras. Como vão? Qualquer um conectado no noticiário brasileiro está acompanhando os sucessivos desastres causados pelas fortes chuvas que vêm castigando a região sudeste do país. 

Na verdade, as tempestades começaram em novembro do ano passado, aqui no Espírito Santo. Depois, enchentes foram registradas em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Após o carnaval, cariocas, mineiros, capixabas e paulistas voltaram a sentir a força das águas. 

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Dezenas de pessoas morreram, dezenas de milhares ficaram desalojadas e o prejuízo econômico já supera a ordem de um bilhão de reais. Um completo caos! E essa tragédia, infelizmente, abre a porta para discussões sobre políticas públicas que devem ser colocadas em práticas para evitar, principalmente, novas mortes. 

Ao longo do desenvolvimento das cidades, as primeiras casas foram construídas ao longo dos rios. Uma escolha óbvia. O ser humano não sobrevive sem água. Nos séculos passados, os rios e mares eram a fonte de subsistência e de locomoção das pessoas. Entretanto, os anos se passaram, a sociedade se desenvolveu, novas tecnologias foram desenvolvidas, mas residências continuaram a ser erguidas nas proximidades dos rios. 

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Enchentes não são novidades no Brasil. Qualquer um já deve ter ouvido relatos de grandes volumes de água em algum momento da história da cidade onde mora. Contudo, é vergonhoso que em pleno século XXI ainda temos que ver tragédias sendo causadas pela incompetência do poder público.

Uma reportagem feita pelo G1, em 16 de fevereiro, mostrou estratégias usadas por municípios ao redor do mundo para evitar transtornos causados pelas chuvas. Cidades-esponja, praças-piscina, calçamentos permeáveis, telhados verdes e parques alagáveis foram colocados como alternativas. Sabemos que alguns exemplos são caros demais para as administrações públicas municipais, principalmente em um momento de dificuldade fiscal. 

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Entretanto, além destas medidas, há situações mais simples. Primeiro, é preciso conscientizar a população ribeirinha do perigo de fixar residência ao longo dos rios; depois, é preciso que se tenha fiscalização, permanente, da Defesa Civil para avaliar a estrutura e as condições dos imóveis; é necessário investir em sistemas de alarme – no Espírito Santo, algumas cidades ainda se comunicam com a população através de sinos da igreja e carros de som passando pelas ruas. Algo completamente amador para os tempos atuais – e treinamento para que as pessoas saibam como se proteger; é importante que a prefeitura busque a construção de casas populares, através de programas de habitação, para realocar as famílias em áreas de risco; as companhias de água e esgoto – públicas ou privadas – precisam ter o compromisso de melhorar o sistema de escoamento de água, e a população precisa ter consciência de que não pode jogar lixo nas ruas e córregos, um dos causadores dos famosos entupimentos de bueiros. 

Precisamos enfrentar também o problema do assoreamento de rios, córregos e mares. Todos, acredito, têm uma avó (ou pessoa mais velha) que diz que “um dia a água vai tomar aquilo que o homem tirou dela”. Pois é... o dito popular, muitas vezes ridicularizado, está se provando ser real, para nossa infelicidade. É necessário que as administrações públicas saiam do senso comum, como a construção de piscinões, mecanismo antigo usado em São Paulo, que inutilizam uma porção significativa de espaço público e é uma medida questionada por especialistas. 

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Desde novembro, tenho feito reportagens sobre os impactos da chuva no Espírito Santo. É triste ver o cenário de cidades como Alfredo Chaves, Iconha, Vargem Alta, Cariacica, entre outras, que foram castigadas pelas águas. É difícil não se emocionar com as pessoas que perderam o pouco que tem, principalmente aquelas que vivem, diariamente, com a possibilidade de ver a água levando seus pertences. Essas pessoas, na sua esmagadora maioria, estão às margens da sociedade. O estado não é presente em suas vidas. Por isso é necessário que movimentos sociais façam trabalhos de diálogo e empoderamento destas famílias. Para que elas cobrem soluções para seus problemas. E não sejam apenas números ou personagens de programas jornalísticos. 

E, por fim, que cobrem dos candidatos, nas eleições deste ano, projetos voltados para evitar novas tragédias. Não podemos nos sentar em cima do mantra “ah, foi a pior da história, não tinha como evitar”. Tem sim! Por isso é preciso de projetos! Com as mudanças climáticas, a estimativa é que as tragédias ambientais piorem. Precisamos de ações, claras e objetivas, para que estas enchentes sejam apenas uma mancha, triste, da história de diversos municípios.

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