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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Quando Tio Sam tocou o tamborim

A visita de Lula à Casa Branca deve ser considerada histórica por vários aspectos

Uncle Sam (Foto: Reprodução)
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A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao colega presidente dos EUA, Joe Biden, não foi um fracasso, ao contrário do que possa ter parecido à luz de uma abordagem apressada e um tanto superficial estabelecida por alguém que observou tal agenda internacional. Ainda que a expressão enigmática de Biden, com olhar aparentemente complacente e pouco entusiasmado, tenha suscitado interpretações decepcionadas, o enigma no olhar do yankee pode ter escondido sua percepção admirada diante do mítico líder trabalhista brasileiro. 

Com efeito, a visita de Lula à Casa Branca, em Washington, DC, deve ser considerada histórica por vários aspectos, sobretudo pela demarcação de ponto importante no combate à ascensão de uma perigosa extrema-direita mundial representante de movimentos (neo)fascistas interessados em minar a democracia. Nesse sentido, a parceria entre os dois democratas é algo inegável enquanto anteparo a todo o obscurantismo e terrorismo, a toda a violência política proposta e perpetrada por extremistas em vários países. 

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Tal contraponto a ação desses movimentos distópicos, reunindo gente como Donald Trump e Jair Bolsonaro – e seu séquito de seguidores –, certamente é um ponto fundamental à derrota dos que praticam a necropolítica para fazer prevalecer os desejos de lucro sem fim do capitalismo predador, do neoliberalismo letal. O encontro de Lula e Biden serviu também como afirmação de um novo paradigma da geopolítica no qual os apelos pela preservação ambiental terão mais força à medida que a destruição da Amazônia começar a ser revertida. 

Reinserção do Brasil 

Como o presidente brasileiro ponderou, não foi um compromisso caça-níqueis destinado a passar o chapéu e recolher muitos dólares para o Fundo Amazônia ou na forma de investimentos produtivos bilionários a viabilizar atividades econômicas estadunidenses em solo brasileiro, ou coisa que o valha. Trata-se de mais um gesto de reinserção do Brasil no cenário internacional, com influência protagonista do Hemisfério Sul e suas aspirações globais no sentido de estabelecer uma nova governança mundial. 

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Por isso, foi significativo receber as palavras de Biden defendendo uma reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que passaria a ser integrado, como membros permantes, por pátrias como o Brasil, a Índia, o Japão, a Alemanha, a África do Sul, etc. Reivindicação brasileira de décadas, essa reforma começa a ecoar com maior intensidade até mesmo entre os atuais cinco membros permanentes, que inicialmente preferiram omitir-se de posicionamentos contrários ou favoráveis neste quesito. 

A visita aos Estados Unidos se reveste de significados relativos à nova postura diplomática nacional, não mais subalterna à influência do Império, mas soberana, sem alinhamentos automáticos a ideias absurdas de fomentar a guerra na Ucrânia. Lula marcou mais um tento no que se refere a essa postura, à margem do açodamento de embarcar numa outra guerra fria, desta vez contra a China, maior parceiro comercial – estratégico na esfera dos BRICS, organismo multilateral que tende a dar as cartas daqui por diante.

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