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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Quando tudo parece estar caminhando...

Percebendo fraqueza de poder, o senador Flávio Bolsonaro, que não faz parte da comissão, foi até o Plenário para desafiar Renan. No dia seguinte, em visita ao Estado de Alagoas, reduto de Renan, Jair Bolsonaro reinaugurou obra pronta e aproveitou para ameaçar, xingar e tentar desmerecer a CPI diante da opinião pública

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Os depoimentos dados pelos ex-ministros da saúde, Luis Henrique Mandetta e Nelson Teich, do atual ministro, Marcelo Queiroga, do Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, do ex-secretário de comunicações, Fábio Wajngarten e do ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, seriam suficientes para que o relator, senador Renan Calheiros, finalizasse o relatório demonstrando que houve profundas irregularidades na condução da pandemia pelo governo federal. 

A CPI nem precisaria ouvir o principal ator da pandemia, o ex-ministro Eduardo Pazuello, o general estafeta de um capitão desmoralizado pelo exército, que foi um desastre no comando da pasta, submisso aos devaneios ideológicos de Bolsonaro. 

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Os advogados de Pazuello tentam na justiça que o ex-ministro vá depor na CPI com um habeas corpus permitindo que o depoente fique em silêncio. Isso, por si só, é confissão de culpa.  

Em todos os depoimentos ouviu-se, pelo menos, uma denúncia gravíssima comprometendo o governo. As principais foram a manutenção da prescrição da Cloroquina, mesmo quando sabia-se de sua ineficácia e das contraindicações, tendo o então ministro Pazuello dado missão a sua assessora Mayra Pinheiro, conhecida como capitã cloroquina, de fazer reconhecimento do colapso em Manaus. Em menos de vinte e quatro horas, a capitã cloroquina diagnosticou que a causa da crise era a falta do tratamento precoce (SIC). 

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Outra denúncia gravíssima foi a tentativa de mudança da bula da Cloroquina. Mandetta e Barra Torres disseram que a médica, Nise Yamaguchi, defendeu a mudança da bula em reunião no Planalto. Havia, inclusive, minuta de decreto assinado pelo presidente da república autorizando a mudança. Tanto Mayra Pinheiro, a capitã cloroquina, quanto Nise Yamaguchi, foram convocadas e serão ouvidas na CPI. 

Uma denúncia que pairava desde o primeiro depoimento, eram as propostas recusadas pelo governo brasileiro, de compra de vacinas enviadas pelo laboratório Pfizer. Em depoimento, o ex-presidente da Pfizer no Brasil elucidou a denúncia, listando a cronologia das propostas, o envio e os protocolos de quem as recebeu, a quantidade de vacina, cem milhões, que o Brasil rejeitou em 2020, e confirmou que Carlos Bolsonaro, ‘Vereador Geral da República’, participou de reunião com representantes da empresa. 

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A insistência no tratamento precoce com Cloroquina, que causou o colapso na saúde pública em diversos estados e municípios, a alteração na bula do remédio e as recusas das vacinas pelo governo, que poderiam ter evitado milhares de mortes, são suficientes para responsabilizar Jair Bolsonaro e sua gestão fracassada. 

Porém, o Presidente da CPI, senador Omar Aziz, escorregou em não dar voz de prisão ao ex-secretário Fábio Wajngarten, que mentiu descaradamente em seu depoimento. Essa atitude deu início a um breve desgaste em sua relação com a do relator, senador Renan Calheiros, favorável à prisão.  

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Percebendo fraqueza de poder, o senador Flávio Bolsonaro, que não faz parte da comissão, foi até o Plenário para desafiar Renan. No dia seguinte, em visita ao Estado de Alagoas, reduto de Renan, Jair Bolsonaro reinaugurou obra pronta e aproveitou para ameaçar, xingar e tentar desmerecer a CPI diante da opinião pública. 

O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, vai decidir sobre o pedido de habeas corpus de Pazuello. O não cumprimento de uma prerrogativa da CPI em prender quem mente em juramento, vai servir de jurisprudência para outras testemunhas e, quem sabe, pesar positivamente em favor de Pazuello. 

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