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Milton Alves

Jornalista e sociólogo

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Quaquá e o ‘cancelamento’ da ex-presidenta Dilma Rousseff

As declarações de Quaquá reforçam a campanha odiosa da direita de apagamento do papel de Dilma e deve ser repudiada, diz Milton Alves

Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert)
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O vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Washington Quaquá, apareceu novamente no cenário político, com uma infeliz e desastrosa declaração, atacando a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Segundo Quaquá, a ex-presidenta Dilma Rousseff não tem mais relevância eleitoral para o PT. “A Dilma é ex-presidente e tem o papel dela. Mas, do ponto de vista eleitoral, não”, disse Quaquá, ao ser questionado sobre a ausência da ex-presidente no jantar organizado pelo grupo Prerrogativas — um coletivo formado majoritariamente por advogados.

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Quaquá foi além e, de forma leviana, culpou a ex-presidenta Dilma pelo golpe do impeachment de 2016: “O governo Dilma se atrapalhou na negociação com o Congresso e abriu a brecha para que se formasse maioria contra ela”. afirmou o dirigente petista.

A afirmação de Quaquá é uma tentativa canhestra de passar o pano para o golpismo e para agradar setores da velha direita neoliberal. É uma impostura completa, já que o governo Dilma foi vítima de uma trama sórdida organizada pelo então vice-presidente Michel Temer (MDB-SP), por Eduardo Cunha (MDB-RJ), presidente da Câmara de Deputados (2015-2016), e o PSDB.

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A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), em entrevista ao Metrópoles, rebateu Quaquá e contextualizou o papel de Dilma. “A opinião individual de Washington Quaquá não corresponde ao papel da presidenta Dilma na história, no presente e no futuro do PT. Ela enfrentou com dignidade e coragem o golpe do impeachment que levou o país a esta triste situação. Merece o respeito e a solidariedade de cada dirigente e militante do partido”.

As declarações de Quaquá motivaram uma nota conjunta das secretarias nacional e estaduais de Mulheres do PT sobre a relevância da presidenta Dilma Rousseff dentro e fora do partido. “O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras se orgulha de ter eleito a primeira presidenta na história do país que foi vítima de um golpe misógino, machista e anti-democrático. Assim como tantas mulheres na história do PT, figura pública ou não, Dilma cumpriu uma tarefa árdua na defesa dos direitos da classe trabalhadora, na denúncia da ascensão do fascismo, em uma conjuntura de duros ataques contra a sua honra, a sua pessoa e ao próprio partido. Dilma foi brutalmente atacada em todas as esferas, pública e privada, como nenhum outro homem público do cenário político brasileiro, em qualquer espectro ideológico”, diz um trecho da nota.

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Quaquá arremeteu também contra os segmentos no partido que fazem uma avaliação crítica e de conjunto dos objetivos e dos fatores que geraram o golpe contra o governo do PT em 2016: “Existe um pedaço pequeno do PT que ainda fica nesse negócio de golpe. Política não se faz com ressentimento, se faz pensando em estratégias para transformar a vida do povo”, afirmou.

O nefasto esforço do vice-presidente nacional do PT pretende nublar a polarização política em curso no país e anistiar os crimes dos neoliberais golpistas. Como defensor empedernido da chamada “frente ampla”, Quaquá quer revisitar a história recente do país, marcada por uma intensa perseguição contra o PT e suas lideranças: Ação Penal 470, prisões de Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, Vaccari –, o golpe do impeachment contra Dilma, a operação Lava Jato, o lawfare e a prisão de Lula e a campanha de criminalização do PT.

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Apesar da lastimável conduta de Quaquá, no PT e na sua militância estão bem vivas as lembranças do passado recente e da necessidade imperiosa de seguir dando combate ao governo autoritário de Bolsonaro e aos golpistas da velha direita neoliberal.

Neste sentido, cabe registrar, mais uma vez, o valor moral e político da trajetória da presidenta Dilma Rousseff, que exerceu com dignidade, honestidade e compromisso partidário a função de presidenta da República.

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As declarações de Quaquá reforçam a campanha odiosa da direita de apagamento do papel de Dilma e deve ser repudiada, com toda energia, pelo PT. Além disso, a tentativa de cancelamento de Dilma é um ataque ao conjunto do Partido dos Trabalhadores.

*Ativista político e social. Autor dos livros ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (2019), ‘A Saída é pela Esquerda’ (2020) e de ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ (2021) – todos pela Kotter Editorial. Escreve semanalmente em diversas mídias progressistas e de esquerda

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