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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Que não sejam dois pesos e duas medidas

É provável que tenha surgido luz no fim do túnel da desconfiança e perda de credibilidade em que a PF se meteu, por ter sido supostamente aparelhada, em meio à série de fatos que inclusive levaram à queda de Sérgio Moro

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Com tantas suspeitas levantadas em relação à Polícia Federal (PF), que estaria se transformando numa espécie de polícia política do presidente Jair Bolsonaro, espécie de Gestapo dos trópicos tupiniquins, é positiva a operação de hoje (27-5), que enquadra o esquema de fake news e atos antidemocráticos bolsonaristas.

É provável que tenha surgido luz no fim do túnel da desconfiança e perda de credibilidade em que a PF se meteu, por ter sido supostamente aparelhada, em meio à série de fatos que inclusive levaram à queda de Sérgio Moro.

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Quando atuava na Operação Lava Jato, a PF era vista como exemplo de heroísmo, dedicação e profissionalismo no combate à corrupção, agindo com firmeza contra grandes empreiteiros, servidores públicos e políticos de grande calibre. Recebia aplausos entusiasmados das multidões seduzidas por antipetismo engendrado na grande mídia, até resultar no golpe que derrubou a então presidente Dilma Rousseff, que não cometeu crime de responsabilidade, mas tombou diante da gigantesca conspiração que se armou para tomar o poder.

É previsível, se a Polícia Federal passar a ser taxada como “antro de comunistas” ou algo do tipo, por ter atacado, cumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o megaesquema que envolve o “gabinete do ódio”, empresários e deputados seguidores de Bolsonaro. No caso em questão, as intensas ofensas e ameaças pessoais contra os ministros do STF e a própria instituição guardiã da Constituição Federal, através de fake news disparadas nas redes sociais.

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Gabinete do ódio

O mesmo grupo político, cujos líderes frequentam, diária e alegremente, os palácios da Alvorada e do Planalto – alguns deles trabalham no Palácio do Planalto, como os assessores do “gabinete do ódio”, localizado no 3º andar, ao lado do Gabinete da Presidência da República –, é quem também estaria por trás dos atos. Virou rotina assistir, aos domingos, com absoluta perplexidade, tais manifestações pedindo a volta da ditadura militar, o fechamento do Congresso Nacional e STF, o AI-5, em suposto apoio a Bolsonaro, em plena pandemia da Covid-19.

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Não por acaso, a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão nas residências do bilionário empresário Luciano Hang; de Roberto Jefferson, ex-deputado federal e célebre corrupto condenado pelo Supremo; de “blogueiros” bolsonaristas; entre outras figuras de reputação duvidosa. Não foi a toa que Alexandre de Moraes autorizou colher depoimentos de parlamentares de extrema-direita, e se espera que toda essa operação seja cumprida de forma exemplar, conforme as atribuições institucionais da PF.

Quanto à Operação Placebo, apontada contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, suspeito de comandar a maracutaia de prováveis irregularidades na aplicação de R$ 1 bilhão, à compra de 1.000 respiradores e instalação de sete hospitais de campanha, a PF parece cumprir com seu papel. Mas, nesta questão, pairam dúvidas em torno de articulação política para atacar Witzel, um dos maiores inimigos de Bolsonaro, o que levanta dúvida sobre a lisura da polícia. De qualquer forma, se espera que não sejam dois pesos e duas medidas.

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