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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Quem será o Brasinha?

Só quem não conhece a política no Rio, acredita que Brazão é um homem inocente

Domingos Brazão (Foto: Reprodução)
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Só quem não conhece a política no Rio, acredita que Brazão é um homem inocente, manobrado para apagar as digitais do verdadeiro mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco. 

Apontado por Ronnie Lessa como o mandante, Domingos Brazão é o líder de um clã familiar e teria agido em vingança contra Marcelo Freixo. 

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Domingos é o mais novo dos seis irmãos da família Brazão, mas é ele quem lidera o clã político do grupo, que conta com mais dois irmãos que exercem mandatos políticos. A família tem um elo com grupos de milicianos da zona norte. 

Quando jovem, Brazão atirou e matou um vizinho durante uma briga. O caso nunca foi submetido a júri popular e tramitou durante 15 anos até a denúncia ser rejeitada pela corte especial do Tribunal de Justiça, quando Brazão era deputado estadual. 

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Domingos Brazão foi investigado pela polícia por invadir áreas de preservação ambiental e vender lotes ilegalmente, mas as investigações foram arquivadas. 

Brazão foi vereador e deputado estadual pelo PL e PTdoB, respectivamente. Em 2000 concorreu à prefeitura pelo MDB e ficou em oitavo lugar. 

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Em 2015 assumiu uma cadeira de Conselheiro no Tribunal de Contas do Estado, desfiliando-se do MDB. 

Seu mandato como deputado foi marcado por denúncias de corrupção, aumento patrimonial suspeito, compra de voto e improbidade administrativa. 

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Ao longo dos mandatos, o clã Brazão passou a investir pesado no ramo de combustíveis, tendo se tornado sócio de uma rede de posto de gasolina. 

Ao longo dos mandatos na Alerj, Brazão colecionou brigas com um deputado em especial: Marcelo Freixo, eleito em 2007 pelo Psol. Marielle Franco, assassinada a tiros em 2018, trabalhou como assessora de Freixo por 10 anos, até ser eleita vereadora, em 2016. 

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Freixo presidiu a CPI das milícias. O ex-vereador Nadinho, assassinado em 2009, ligado à milícia, prestou depoimento à CPI e relatou que Domingos Brazão havia feito campanha em Rio das Pedras no ano anterior –  em áreas dominadas por milicianos e que são liberadas apenas propagandas eleitorais de políticos amigos. 

No relatório final elaborado pela equipe de Freixo, Domingos e Chiquinho, seu irmão, são citados como influentes políticos em bairros dominados por milicianos – mas não chegaram a ser indiciados. 

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Reproduzindo publicação do Intercept: “Apesar de não ter indiciado Brazão ao final da CPI, Freixo seguiu incomodando o ex-deputado. Ele tentou barrar, em 2015, a indicação de Brazão ao TCE. Não deu certo, Brazão foi escolhido pela casa para assumir o cargo de conselheiro do TCE – o único partido a se opor foi o Psol de Freixo, mas sem sucesso.  

Dois anos depois, Domingos Brazão seria preso  na Operação “O quinto do ouro”, um desdobramento da Lava Jato no Rio, que investigou esquema de pagamento de propina entre agentes do Estado e empresas contratadas por órgãos públicos. Ele foi preso temporariamente em março de 2017, mas liberado depois. 

Naquele mesmo ano, a Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, cinco meses antes do assassinato da vereadora, puxaria outros aliados de Brazão para a cadeia. Nomes fortes do MDB no estado foram presos nesta operação da Polícia Federal, a exemplo dos deputados estaduais Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani, morto em maio de 2021”. 

Comentando em seu canal, Leonardo Stoppa disse não acreditar na delação de Ronnie Lessa. O jornalista insiste na existência de uma conspiração para culpar Brazão, protegendo o verdadeiro mandante do crime. 

Pode até ser, porém Brazão tem histórico e seu envolvimento não deve ser minimizado como se ele fosse um ‘Adélio’, o que é inadmissível. Talvez essa delação sirva para trazer à luz  alguém mais robusto, como o Brasinha, homônimo do diabinho, personagem de gibi dos anos 1960 e 1970 que causou polêmica entre setores e instituições religiosas. 

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