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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Quem teme a ameaça das consequências imprevisíveis?

"O imprevisto ronda o futuro de Bolsonaro e de seus cúmplices, incluindo os milicianos que ele prometeu armar na reunião do dia 22 de abril", escreve o jornalista Moises Mendes

General Augusto Heleno (Foto: Marcos Correa)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democraia 

Uma consequência imprevisível deveria, conforme o próprio enunciado, ser algo imprevisto. Mas o general Augusto Heleno antecipa o que todo mundo sabe que ele gostaria de antever.

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É previsível, porque é uma ameaça, a consequência prevista por Heleno, pelo menos na cabeça dele.

Heleno imagina o Brasil sobre controle absoluto não de Bolsonaro, porque este não tem condições, mas de um grupo de militares. Ele seria parte dessa elite que criaria o cenário do que considera previsível.

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Heleno foi o encarregado pelo governo para dar uma resposta a Celso de Mello, diante do pedido que o ministro encaminhou ontem à Procuradoria-Geral da República.

Mello pede que a PGR se pronuncie sobre a possibilidade de apreensão e perícia do celular de Bolsonaro, nas investigações sobre o conluio dele com gente da Polícia Federal.

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No início do mês, Heleno já havia se irritado com Celso de Mello, porque o ministro determinara que Heleno e os generais Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto deveriam depor no inquérito sobre o escândalo da PF. Se não fossem, seriam submetidos à condução coercitiva.

Agora, divulgou a nota em que responde de novo a Celso de Mello sobre a possibilidade de apreensão do celular do seu chefe, que depende de decisão do procurador-geral Augusto Aras.

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O principal ponto da nota é a ameaça de que uma apreensão poderia ter “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.

Imaginemos o que poderia acontecer. Bolsonaro poderia se negar a entregar o celular? Se fosse obrigado a entregar, poderia convocar os militares para uma rebelião?

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Heleno e seus companheiros de farda (mesmo que atualmente de pijama) poderiam tomar o poder com o apoio do povo? O ministro do Gabinete de Segurança Institucional está blefando em nome de um governo acuado?

Bolsonaro empregou mais de 2,5 mil militares no governo. Eles não têm necessariamente, como chegou a se pensar, o controle da situação.

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Não são protagonistas. Chegaram a anunciar, por jornalistas amigos, que Braga Netto seria o poderoso gestor do Planalto.

Nem isso ficou claro, principalmente depois do fracasso do tal programa de crescimento Pró-Brasil, sustentado por recursos estatais, que foi pulverizado em uma semana por Paulo Guedes.

O que se evidencia é que todos eles se submetem à única orientação que Bolsonaro é capaz de transmitir aos subalternos: sejam obedientes ao fundamentalismo que tomou conta do poder.

Bolsonaro e seu entorno estão ameaçando com golpe desde o início do governo. O vice Hamilton Mourão chegou a falar em autogolpe, antes mesmo da eleição, porque já previa um Bolsonaro fraco e inseguro.

Então, as consequências imprevisíveis talvez venham a ser imprevistas para o próprio Heleno, principalmente depois da divulgação do vídeo com os horrores da reunião do dia 22 de abril.

A partir de agora, tudo passa a ser ainda mais instável. O imprevisto ronda o futuro de Bolsonaro e de seus cúmplices, incluindo os milicianos que ele prometeu armar na reunião do dia 22 de abril.

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