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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Querem descobrir por que Bolsonaro não sobe nas pesquisas

"Bolsonaro não tem mais utilidade nem para onde correr. Depois de quatro anos, seu único legado é a vergonha", diz Paulo Henrique Arantes

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Conselho Nacional de Justiça em Brasília 30/08/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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É divertido assistir aos comentaristas políticos analisando a campanha eleitoral. Raciocínios sofisticados - ou devaneios - buscam explicar estratégias, projetar cenários, avaliar hipóteses. Interessante vê-los dizer que, segundo fontes deste ou daquele candidato, o norte da campanha será mudado ou mantido, os ataques ao adversário serão mais duros ou um discurso mais ameno é que deverá trazer melhores resultados.

Nos últimos dias, a maioria dos analistas procura descobrir por que os votos em Jair Bolsonaro não crescem, a despeito do despejo de dinheiro aos pobres e das multidões aglomeradas em 7 de setembro. O presidente não vai além da sua bolha obscurantista.

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Não é preciso muita ciência para elucidar o caso. Felizmente, Bolsonaro é repudiado pela maioria dos brasileiros, sempre foi. A eleição de 2018 não o consagrou, mas a um sentimento antipetista construído pela elite rentista e cevado pela mídia tradicional, como se sabe. Mesmo assim, importante destacar: se não estivesse preso pelas mãos do juiz parcial Sérgio Moro, Lula seria eleito presidente do Brasil em 2018.  Não estivesse o capitão a postos para a missão, outro qualquer estaria em seu lugar.

Agora, aquela história acabou. Bolsonaro não tem mais utilidade nem para onde correr. Depois de quatro anos, seu único legado é a vergonha. O presidente do Brasil ofende britânicos dentro do Reino Unido, mente descaradamente na Assembleia da ONU, inspira-se em outra figura globalmente detestada - Donald Trump. Não tem carisma, não tem inteligência, não tem partido, não tem jogo de cintura, não tem apoio político. É mal assessorado.

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Só lhe resta o golpe, mas, ao que tudo indica, as Forças Armadas não abraçariam tamanha aventura pelas mãos de um péssimo militar, salvo dois ou três brucutus.

Ainda ontem, comentaristas com ares de cientistas falavam sobre estratégias da campanha de Bolsonaro para conquistar eleitores fora do nicho medieval. Bobagem. Afora os medievos, que não passam de 30% dos eleitores (muita gente, aliás), ninguém seduz-se por misoginia, por retóricas de violência e ódio, por mentiras deslavadas. Despolitizada, a maior parte do eleitorado estaria pendente a reeleger qualquer um, mesmo um Bolsonaro, cujo governo ao menos trouxesse algum alento social, algum avanço econômico, alguma responsabilidade ambiental, algum protagonismo internacional - nada disso passou perto do Brasil nos últimos quatro anos.

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O falso moralismo, calcado num ficcional combate à corrupção já devidamente desmascarado, coopta alguns senhorzinhos desinformados e seus filhos quando desprovidos de espinha dorsal, aquela gente que anda de caminhonete ouvindo música sertaneja, armada e se julgando dona da cidade. Já o discurso religioso, este deveria motivar excomunhões.

Jair Bolsonaro não sobe nas pesquisas porque a enorme maioria dos brasileiros não é negacionista da ciência, quis e tomou a vacina, condoeu-se ao ver pessoas morrerem sufocadas. Nos últimos dias, o ministro da Fazenda negou a fome e fez o chefe perder mais alguns votos.

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São necessárias profundas análises para descobrir por que Bolsonaro não ganha votos fora da sua bolha reacionária? Os eleitores costumam ser facilmente enganados, mas até isso tem um limite.

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