Retomar o Brasil
Os golpistas, que continuam no poder por meio do governo sem partido, atacaram a árvore da democracia quando os seus frutos estavam prestes ao amadurecimento necessário para a colheita
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A carga anti-ciência, anti-cultura, anti-imprensa, anti-educação e censora do governo sem partido, fica claramente demonstrada no ataque à Petra Costa.
Nessa esteira está as restrições às pesquisas por contingenciamento de verbas, e por restrição aos encontros científicos.
Enfim, estamos diante do esvaziamento da educação como elemento de construção da liberdade do cidadão, como elemento solidificador da democracia; pelo contrário, há fortes indícios de tentativa de cooptar todo o sistema educacional para a promoção do que há de mais retrogrado, para a retomada da selvageria capitalista, e do moralismo hipócrita, para cassar a liberdade de expressão, e para preparar o caminho do autoritarismo.
Este esvaziamento passa pela diminuição brutal das verbas, em todas as rubricas, passa pela intervenção na direção das universidades, e pela proliferação das escolas militares.
Passa, também, pela entrega de todos os serviços de Estado ligados à educação e cultura a dirigentes movidos por ideologia de extrema direita e por interesses de cunho religioso.
Além disso há toda a sorte de falcatruas para dificultar o acesso dos empobrecidos à universidade.
A isso se soma o ataque à soberania do país contando com a letargia do povo.
Assusta a nossa aparente passividade, mas, não é, de todo, inexplicável.
Os golpistas, que continuam no poder por meio do governo sem partido, atacaram a árvore da democracia quando os seus frutos estavam prestes ao amadurecimento necessário para a colheita.
O governo popular havia investido muito na correção de desigualdades, por uma política intencional de acessos, de modo que, aos poucos os ex-escravizados e os empobrecidos estavam começando a reconhecer o Brasil como seu país, não apenas como seu time de futebol, por ocasião dos torneios internacionais. Retomando o caminho inaugurado por Vargas, que foi interrompido pela ditadura, e nunca retomada até a ascensão do governo popular.
O ataque foi certeiro. De modo que a gente fala em soberania nacional e as pessoas não se dão conta do que está sendo dito. Pudera, o Brasil nunca foi dos escravizados, e quando ex-escravizados, não foram convidados a fazer parte do Brasil; nunca foi dos pobres, e nunca foi dos marginalizados e nunca foi assumido pelos descendentes de europeus que, não viam a hora de recuperar a cidadania europeia.
Isso era verdade para a maioria dos imigrantes que se instalaram aqui.
O Brasil sempre foi da elite colonial latifundiária, que fez concessões aos industriais, mas, agora, não se importa nem um pouco com o fato de estarem a caminho do desaparecimento.
Por isso tudo é preciso ver o desmonte educacional como parte da retomada do Brasil pelos latifundiários, que estão dispostos a entregar tudo para a geopolítica capitalista internacional, desde que sejam deixados em paz na exploração do que consideram, exclusivamente, seu.
E tudo o que não lhes interessa é ver os que deveriam estar, meramente, a serviço, alcançar o acesso à educação e à informação a ponto de reconhecer sua pertença e seus direitos como, finalmente, brasileiros.
Por isso, a greve dos Petroleiros é tão importante para a retomada do Brasil.
Todos deveríamos estar nas ruas com eles.
Estão reconstruindo a Senzala… Vamos tomar a Casa Grande!
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