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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Sai general bolsonarista, entra general tucano pelas mãos de Alckmin

"Alckmin teria costurado a chegada de Tomás ao comando do Exército e evitado emergência de crise militar capaz de derrubar o governo Lula", diz César Fonseca

Lula e Tomás Miguel Ribeiro Paiva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Os militares brasileiros entraram numa fria histórica e, certamente, pagarão pelo seu comportamento por se engajarem e apoiarem acriticamente governo fascista comandado por ex-presidente genocida, empenhado em destruir a democracia e, agora, como se sabe, as populações dos povos originários da Amazônia, em nome do lucro dos garimpeiros gananciosos; o horror bolsonarista, com o qual os militares se compactuaram, ficou expresso na transformação das aldeias dos Yanomanis em campo de concentração nazista; os famélicos indígenas, massacrados pelo poder do capital, liberado para cavoucar a Amazônia em busca de ouro pelo genocida presidente, virou prova concreta da aliança Bolsonaro-militares na prática de crime hediondo que escandaliza a humanidade e desmoraliza, completamente, o Brasil. 

Ação decisiva de Lula

É nesse contexto que o general Júlio Cesar Arruda, ex-comandante do Exército, que Lula demitiu do cargo por falta de confiança nele, dado que se mostrou conspirador contra regime democrático, revelando-se bolsonarista de carteirinha; sentindo-se invulnerável, acima das leis e da Constituição, o militar, agora, reformado pelo ministro da Defesa, comportou-se, abertamente, como golpista ao cruzar os braços diante do quebra-quebra dos palácios republicanos na Praça dos Três Poderes, no fatídico 8 de janeiro; resistiu à ordem de prisão dos manifestantes golpistas, alojados em torno dos quartéis em Brasília, pela Polícia Militar, colocando-se a serviço do ex-presidente genocida, não do atual presidente a quem é, pela Constituição, subordinado; subverteu, claramente, a carta magna.

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Vocação ditatorial

Arruda impediu, arrogante e ditatorialmente, a ação das forças responsáveis pela segurança da capital; ao ser questionado pelo ministro da Justiça, por desobedecer determinação do presidente Lula para desfazer promoção do ex-chefe de ordens do ex-presidente Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Gil, para comando das forças militares, em Goiânia, colocou o dedo em riste no nariz do ministro, como se fosse o mandachuva da República à revelia da legalidade constitucional; estava, portanto, prestando seu último serviço a Bolsonaro, ao proteger o ex-ajudante de ordens sobre o qual recai sérias acusações de serviçal a promover desmandos e ações que desonraram sua função de servidor público; a demissão justa de Arruda, por Lula, dado que quebrou a hierarquia diante do chefe maior das forças armadas, abriu espaço à admissão do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva como novo comandante do Exército nacional.

Novo comandante militar ex-tucano

O curioso e intrigante é que o general Tomás Paiva, antes de ser nomeado, no sábado, 21, para o novo posto, fizera, na sexta-feira, 20, discurso em defesa da democracia e da necessidade de obediência ao resultado das urnas, algo capital que deixou de ser feito pelo general Arruda, demitido, naquele mesmo sábado; vale dizer: Tomás desancou Arruda, ainda, na condição de subordinado dele; teria ou não ele desobedecido seu superior, rompendo a hierarquia militar, ou o fez de caso pensado, consciente de que galgaria o novo posto, tendo por trás apoio político suficiente para avalizar sua aventura? 

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Por que golpista Arruda, diante do rompimento da hierarquia, não demitiu, na hora, aquele que o derrubaria, o legalista general Tomás? 

Os antecedentes políticos de Tomás explicam sua ousadia ambígua; ele fora, no exercício da sua carreira, assessor de ordens do maior dos tucanos históricos, o neoliberal ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o primeiro anti-presidente do anti-estado nacional, segundo o, então, senador Lauro Campos (PT-DF), que migraria, posteriormente, para o PDT de Brizola; na sequência, Tomás trabalhou com o, então, governador Geraldo Alckmin, agora, vice-presidente de Lula, não mais como tucano filiado ao PSDB, mas como integrante do PSB, na composição da Frente Ampla lulista, para ajudá-lo a derrotar Bolsonaro.

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Fator Alckmin no jogo militar do poder

Dessa forma, o que se operou, no final da semana passada, no quadro de comando do Exército, foi a bancarrota de um general bolsonarista(Arruda), e a ascensão de um general pretensamente tucano(Tomás); destaque-se que o general Tomás, agora, todo poderoso no Forte Apache, trabalhou como ex-chefe de gabinete do ex-comandante do Exército, general Villas Boas, articulador da candidatura Bolsonaro, em 2018, e peça-chave para pressionar o STF a não conceder habeas corpus a Lula, permitindo-lhe disputar eleição, naquele ano, para enfrentar Bolsonaro; resumo da ópera: o vice Geraldo Alckmin, segundo informações, em Brasília, teria costurado, politicamente, a chegada de Tomás ao comando do Exército e evitado emergência de crise militar capaz de derrubar governo Lula pelo hoje ex-comandante bolsonarista Arruda. Ou não?

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