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Saldo desastroso

Esvaziar o Mercosul e a Unasul é uma volta aos tempos em que a região não passava de um quintal geopolítico das grandes potências e uma vantajosa área para exploração econômica. Para o Brasil, um jogo péssimo

Esvaziar o Mercosul e a Unasul é uma volta aos tempos em que a região não passava de um quintal geopolítico das grandes potências e uma vantajosa área para exploração econômica. Para o Brasil, um jogo péssimo (Foto: Nelson Pelegrino)
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Sem olhar para os interesses geoestratégicos, econômicos e comerciais, o governo Michel Temer passou a esvaziar os processos de integração regional que vinham sendo empreendidos desde a redemocratização do país, como o Mercosul e a União das Nações Sul-americanas (Unasul).

Contra o Mercosul, conspirou para afastar a Venezuela do bloco, por motivos puramente políticos, criando uma espécie de veto ideológico a regimes de esquerda. Ademais, Temer e Macri atuaram para implodir o Mercosul, ao defenderem a tese do "regionalismo aberto", tentativa de destruir a união aduaneira para transformar o bloco em mera área de livre comércio, sem nenhum sentido geoestratégico.

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Também assestou-se golpe contra a Unasul, com o afastamento de Argentina, Brasil, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, levando ao virtual fim de entidade construída após longo processo de diálogo regional e que tem por objetivos fortalecer a cidadania no subcontinente e promover sua defesa comum, sem a presença de potências extrarregionais. Esses movimentos são claro retrocesso, pois lançam a região na incerteza das divergências que podem ser superadas por processos de integração. E deixam claro que os governos neoliberais de Brasil e Argentina optam por levar ambos os países e seus aliados a atuarem como simples satélites dos interesses de União Europeia e EUA. Eles desprezam a integração regional e querem entrar no clube dos ricos, a OCDE. Ignoram que a integração regional fortalece as economias sul-americanas e permite melhor inserção dos estados-partes no cenário mundial.

Esvaziar o Mercosul e a Unasul é uma volta aos tempos em que a região não passava de um quintal geopolítico das grandes potências e uma vantajosa área para exploração econômica. Para o Brasil, um jogo péssimo. Os governos do PT com sua política externa "altiva e ativa", mostraram que o Brasil só ganha ao romper com os padrões conservadores na área externa, pois o país ampliou sua participação no comércio mundial e virou ator de primeira linha, respeitado por todos. A integração regional é muito positiva. De 2003 a 2013, nossas exportações para o Mercosul subiram 617%, com saldo de US$ 90 bilhões. No mesmo período, com a Aladi (que inclui o Mercosul), o superávit foi de US$ 137,2 bilhões, superando os obtidos com EUA, UE e Brics, somados. O esvaziamento do processo regional de integração é prejudicial sob todos os pontos de vista.

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Temer tem destruído, de forma acelerada, todo o exitoso esforço diplomático que fez do Brasil um país maior. O atual governo prega uma política externa livre de "preferências ideológicas", mas suas ações têm claro caráter partidário. Temer parecer ter predileção por ações que causam divisões na América do Sul, assumindo uma campanha agressiva da direita contra esquerda no subcontinente. Assim, o saldo do atual governo, em termos diplomáticos, é desastroso. Nos tornamos um pária mundial.

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