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Mauro Passos

Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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Santa Catarina, as mudanças climáticas e seus efeitos

Independentemente de quem votou em quem, a desatenção em curso com as mudanças climáticas nos apequena como sociedade

Chuvas causaram enchentes na cidade de São João Batista (Santa Catarina) (Foto: Cristiano Estrela / Secom)
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O recente estudo sobre a redução do desmatamento na Mata Atlântica, nos envergonha: Santa Catarina é o estado da Região Sul que menos reduziu seus índices de desmatamento. Na área urbana, uma cidade da importância de Rio do Sul passou por cinco grandes inundações num único ano. Um verdadeiro descaso com as pessoas que convivem com essa tragédia anunciada. No litoral as medidas para combater o aquecimento do mar, não passam de paliativos. A moda agora é engordar as praias (foto acima). Para completar o combo que alimenta os impactos das mudanças climáticas em Santa Catarina, as usinas térmicas a carvão em Capivari de Baixo ganharam uma sobrevida até 2040. (*) 

Independentemente de quem votou em quem, a desatenção em curso com as mudanças climáticas nos apequena como sociedade. Como toda agenda de governo focada em atender demanda de alguns setores, sem ouvir o todo, a de Santa Catarina não é nada transparente. De tal forma que acaba comprometendo ainda mais a imagem de um estado que procura se apresentar como diferenciado. Se enganam, pois são políticas públicas qualificadas e debatidas que podem dar suporte a pujança de um estado. Vide o caso de Rio do Sul, como promover um evento para falar de novos investimentos, empregos verdes, crescimento sustentável, tecnologia de ponta - se a cidade continua refém das chuvas. 

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A boa reflexão, precisa estar sempre presente, não tem hora nem lugar. Ela nos faz pensar e nos permite absorver conhecimento e discernimento. No passado em plena ditadura, tinha uma música do Raul Seixas, Maluco Beleza, que falava em lucidez. Na época, uma ousadia, um jovem se manter lúcido para poder entender o mundo hostil e bruto que o cercava. Seis décadas se passaram, a brutalidade continua presente e a lucidez diuturnamente atacada pelas redes sociais. Não tem futuro sem que a sociedade se alimente da lucidez.

O agravamento das mudanças climáticas mesmo sendo parte da responsabilidade de nós mesmos, as causas e os efeitos se confundem com fenômenos naturais. O enfrentamento também é de nossa responsabilidade. Sem essa reflexão e o convencimento advindo dela, Rio do Sul continuará sujeita a novas enchentes, os mangues não serão preservados e as matas continuarão sendo derrubadas. Essa constatação, que deveria nos incomodar profundamente, são poucos os que se preocupam.  

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Depois de 17 anos de um trabalho voluntário à frente do Instituto IDEAL, promovendo a energia solar o que era para ser feito, está feito. A energia solar é a fonte de energia que mais cresce no Brasil e no mundo. A caminhada começou em 2007 dando uma palestra para as crianças na Escola Sarapiqua, em Florianópolis. Sempre tivemos nas nossas ações a compreensão que era através dos jovens que devíamos começar. Deu certo, depois vieram: as escolas, universidades, federação das industrias, centros de pesquisa, palestras nos bancos de fomento, nas Embaixadas do Brasil em quase todos os países latinos, nos EUA  e em boa parte dos países europeus.

Com muito esforço conseguimos levar o Concurso ECO- Lógicas, de pesquisa e desenvolvimento nessa área, para o mundo acadêmico, premiando trabalhos desenvolvidos em mais de uma dezena de países da América Latina, que sempre foi nosso principal foco. No próximo dia 22 de março, está convocada a Assembleia Extraordinária, onde vamos propor aos sócios fundadores do Instituto IDEAL, o fim de um ciclo exitoso que passa agora pelo fechamento das nossas atividades. 

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Novos desafios como as mudanças climáticas estão batendo na porta. A humanidade vem sentindo com preocupação seus efeitos cada vez mais devastadores. O problema já devidamente identificado, é global. Só que as soluções locais não acontecem. A situação de Rio do Sul, já citada, é vexatória. Santa Catarina precisa agir localmente e rapidamente. Na última semana araucárias foram envenenadas em Chapecó, milhares de outras foram afogadas pelos reservatórios das barragens. A devastação ambiental entorno do anel viário na região metropolitana de Florianópolis, é gigante. 

Nosso próximo compromisso vai ser um olhar para a proteção ambiental e construir parcerias que agilizem o processo, agregando conhecimento e reconhecida expertise. Não se tem mais o tempo como se teve para introduzir a energia solar na nossa matriz energética. As bruxas estão soltas, os mangues estão ameaçados e podem ser aterrados, as araucárias correm o risco de continuarem sendo envenenadas, os fortes ventos e chuvas intensas podem estar se formando.

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Com intuito de ganhar tempo estamos em tratativas com a Carbon ZERO, de Carlos Alberto Tavares Ferreira, de São José dos Pinhais, para uma parceria. Já estivemos na Comissão de Meio Ambiente e Turismo da ALESC, a convite do presidente da Comissão, o deputado @marquito.sc, para apresentar a capacitação técnica da Carbon ZERO e em que projetos poderíamos  contribuir para que políticas públicas avancem na proteção ambiental. Santa Catarina tem aproximadamente 150 mil pequenas propriedades rurais, onde a família poderia agregar renda por proteger a mata que está dentro da sua propriedade. 

(*) Segundo o jornalista Marcelo Leite, um escândalo que ganhou uma página inteira na FSP, de  5/6/2022. Por trás de tudo, o lobby da Associação Brasileira do Carvão Mineral.   

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PS - Ressaltando: se alguém injeta veneno numa araucária, como ocorreu em Chapecó, para ganhar dinheiro com a madeira das árvores que matou, porque não receber através de crédito de carbono uma determinada renda para proteger os ativos ambientais que tem na sua propriedade. Isso só vai ocorrer através da conscientização do agricultor lá na ponta e de políticas públicas bem debatidas na ALESC. A sociedade agradece.  

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