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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Se a gente se unir, Bolsonaro vai cair!

Somente juntos e unidos formamos um muro de arrimo contra os gafanhotos, quebramos o cercado fascista ideológico do gado e trazemos a serpente de volta da fábula que a faz viver como as águias

Parece que os treze anos de governo popular e progressista interrompidos pelo golpe, e o consequente governo desastroso de Michel Temer, não foram suficientes para que a sociedade percebesse a diferença entre bem- estar social e escravidão.

Tudo bem que existiu uma campanha difamatória e massiva em cima do antipetismo. Em seguida vieram as operações seletivas da Lava Jato, o super Moro, a queda da Dilma, o lawfare e a prisão de Lula, colaborando para um crescimento das forças conservadoras.

Contrariando as expectativas de todos os setores políticos e midiáticos, o tiro saiu pela culatra e, a despeito dos preparativos para que o tucano subisse a rampa, foi a serpente que saiu de sua toca para voar.

A serpente alada foi recebida como um anjo pelos fariseus idiotizados, virou imagem e arrastou a multidão marcada para o seu cercado.

A natureza da serpente não é atingir as nuvens, ser admirada pelo canto e beleza, ou sentir o prazer do vento batendo em suas penas em sentido contrário, a natureza da serpente é o movimento rasteiro, traiçoeiro e venenoso.

Se nem as privatizações, a perda de direitos, as humilhações globais, os fartos crimes de responsabilidade, os crimes comuns, as rachadinhas, a falta de decoro e até mesmo uma pandemia, foram capazes de unir, até agora, uma frente que produzisse uma pedra que atingisse a serpente em pelo voo, então periga ela continuar por mais uma temporada.

O Congresso demonstrou, com a votação pela privatização da água, que são répteis peçonhentos inimigos da nação.

Somos responsáveis por um Congresso patronal, sem a representatividade dos trabalhadores, porque nos comportamos como aves de ninho domesticadas.

Somente juntos e unidos formamos um muro de arrimo contra os gafanhotos, quebramos o cercado fascista ideológico do gado e trazemos a serpente de volta da fábula que a faz viver como as águias.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.