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Celso Raeder

Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação

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Se dependesse do Bolsonaro, você não existiria

"Mas o povo brasileiro, desta vez, dará treze nós na boca da camisinha para evitar que isso aconteça novamente."

Jair Bolsonaro na TV Record (Foto: Reprodução)
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No próximo domingo, 2,1 milhões de jovens entre 16 e 17 anos estarão aptos a votar na mais importante eleição presidencial da História do Brasil. Além de todos os motivos que unem os defensores da democracia, dos direitos humanos, da ciência, do desenvolvimento social e da paz em torno do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, os eleitores desta faixa etária têm mais um motivo para digitar o número 13 nas urnas, já que são todos “sobreviventes” da Política Nacional de Contenção Demográfica, um plano elaborado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro, defendendo a esterilização em massa de mulheres pobres para não gerarem filhos.

Em discurso proferido no dia 6 de abril de 2004, o então deputado federal Jair Bolsonaro apartou seus colegas que defendiam políticas de combate à miséria, com os seguintes argumentos: Sr. Presidente, prezado Deputado João Paulo Cunha, dos 5 oradores que me antecederam 4 falaram sobre salário mínimo, insegurança, problemas sociais e mortalidade infantil. Pergunto a V.Exa. se não está mais do que na hora de aprovarmos política de contenção da explosão demográfica em nosso País. Temos proposta de emenda à Constituição que visa a liberar a laqueadura e a vasectomia para todos os cidadãos maiores de 21 anos de idade.

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Para defender essa política de extermínio de vidas humanas que nasceram em condições desfavoráveis, Jair Bolsonaro citava com orgulho a esterilização de 300 mil mulheres peruanas, afirmando que a política genocida de Alberto Fujimori já estava abrindo vagas nas escolas do país vizinho.

Bolsonaro, o cristão a partir de não sei lá quando, também se dispôs a enfrentar a Igreja para tornar realidade seu plano de contenção demográfica, eufemismo para uma seleção artificial das espécies humanas aptas a viver. “Vamos criar arestas com a Igreja, mas isso não interessa”, disse em entrevista gravada e disponível nas redes sociais.

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Em outro vídeo, Bolsonaro enfatiza mais uma vez sua disposição para determinar quem pode e quem não pode vir ao mundo: “Quem não puder ter filhos, que não tenha”, afirmou. Considerando o salário de um capitão do Exército em R$ 13 mil, não seria Jair Bolsonaro o primeiro a dar exemplo, se submetendo a uma vasectomia para evitar privações a uma prole tão numerosa?  

Falar em controle da natalidade por meio de esterilização em massa de pessoas pobres é fácil, principalmente quando se consegue pendurar a família inteira numa franquia eleitoral inútil.  Se dependesse do resultado do esforço acadêmico, Carlos Bolsonaro hoje ganharia um salário de pouco mais de R$ 2 mil trabalhando em aeroportos, com seu curso de ciência aeronáutica. Eduardo Bolsonaro teria um contracheque melhor, como escrivão de polícia concursado.  Flávio Bolsonaro ingressou na política em tenra idade, ponto de partida de suas atividades empresariais. Sob Renan Bolsonaro, o mais novo empreendedor da família, já pesaram suspeitas de tráfico de influência, supostamente para favorecer empresários do ramo imobiliário.

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Como esses cinco rapazes de “sucesso” sobreviveriam diante de uma realidade distante do poder do voto? Como capitão, Bolsonaro não teria recursos financeiros para colocar a filharada em boas escolas, pagar aluguel para ex-esposas, alimentar tantas bocas ao mesmo tempo. Em outras palavras, não seriam todos eles candidatos a uma “não existência” na face da Terra, pela teoria eugenista do progenitor?

No próximo domingo, espero milhões de jovens de cabeça erguida, orgulhosos por serem filhos de porteiros, faxineiras, pedreiros ou manicures, que comem na escola, andam em ônibus lotados, que lutam para vencer na vida com dignidade. Não sintam vergonha dessa elite mamateira que não aceita pobre na praia, no shopping, com uma roupinha de marca. Se fosse da vontade dessa gente, vocês nunca teriam nascido. Em 2018, parimos um governo fascista. Mas o povo brasileiro, desta vez, dará treze nós na boca da camisinha para evitar que isso aconteça novamente.

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