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Paulo Moreira Leite

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Se eleição fosse hoje, Bolsonaro seria derrotado

"Vitorioso no segundo turno por uma vantagem de 10,7 milhões de votos, Bolsonaro perdeu 15 milhões de eleitores desde a posse, informa instituto Ideia Big Data,"escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia; "Num país onde presidentes bem sucedidos foram capazes de estabilizar seus governos com projetos que uniam a a população, como ocorreu com Fernando Henrique e Lula, Bolsonaro amarrou seu governo numa proposta que divide os brasileiros, em particular dos patamares inferiores da pirâmide - a reforma da Previdência - e já admite abandonar a proposta de capitalização individual"

Se eleição fosse hoje, Bolsonaro seria derrotado (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia - A provável demissão de Ricardo Vélez seria um episódio de importância crucial num governo bem constituído, preocupado com as questões relevantes do país.   

A verdade é que, em três meses de gestão, pudemos aprender que a Educação está longe de ocupar o lugar merecido em qualquer govrno brasileiro.

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Como a própria nomeação de Vélez deixou claro, sua função,  no Planalto de nossos dias, é funcionar como um aparelho ideológico para o padrinho, Olavo de Carvalho. A Educação, aqui, era  e continuará sendo um ministério de valor zero enquanto sua função for alimentar as  lutas estúpidas  do bruxo da Virgínia.

A crise que envolve o governo Bolsonaro é grave porque atinge os pontos nevrálgicos do governo. A reação descontrolada do ministro da Economia quando participou do primeiro -- sim, apenas o primeiro -- debate sobre a Previdência no Senado mostra que Paulo Guedes sentiu o golpe. A reação "tchutchuka é a mãe" é apenas um sintoma de que o principal pilar de sustentação de Bolsonaro já apresenta rachaduras importantes.

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Até a Arko Advice, consultoria política liderada por Murilo de Aragão -- citado como candidato a embaixador em Washington -- e profunda conhecedora dos humores do plenário, reconhece que o governo está perdendo força na instituição que tem direito de aprovar a reforma -- ou amassar a papelada e mandar para o lixo. Num levantamento recente, a Arko disse que a reforma tinha apoio de 69% dos parlamentares. Agora, está em 56% -- patamar insuficiente para ser aprovada.

Demonstrando que já tem consciência da situação, num café da manhã com jornalistas Bolsonaro  admitiu abandonar a ideia-rainha da reforma -- capitalização individual, que o ministro trouxe do Chile de Pinochet, que conheceu quando era um jovem discípulo do monetarismo de Chicago importado pela mais violenta ditadura da América do Sul.

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"Se tiver reação grande, tira da proposta", admitiu Bolsonaro, numa ameaça que, se for levada adiante, implicará em privar o mercado financeiro de sua grande promessa de campanha, deixando o Planalto pendurado no ar.  

Quando Bolsonaro prepara-se para completar 100 dias em Palácio, acumulam-se sinais de que ele escolheu o lugar errado para amarrar seu governo.

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Invenção de Paulo Guedes, o posto Ipiranga dos bons tempos, a reforma da Previdência pode ser uma grande ideia para engordar os lucros do patamar superior da pirâmide -- mas está se transformando no pesadelo para o governo na medida em que a população começa a tomar consciência da armadilha que está sendo preparada.

 A experiência democrática recente do país ensina que nenhum governo conseguiu manter-se na cadeira sem unificar a maioria dos brasileiros e brasileiras em torno de causas necessárias, que a população compreende a apoia. Foi com a inflação zero que Fernando Henrique virou uma eleição e permaneceu oito anos num cargo que parecia cientificamente perdida de seis meses antes de iniciar a campanha.

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Ao manter a coerência de quem se elegeu para combater a miséria Lula garantiu a reeleição e teve fôlego para fazer a sucessora -- ajudando também nas duas eleições de Dilma.  

Eixo principal do governo Bolsonaro, a reforma da Previdência está longe de cumprir a função política de unir o país. Divide, para dizer o mínimo, numa rejeição que cresce na medida em que a população toma consciência das barbaridades que estão sendo preparadas as suas costas.

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Num levantamento recente, o instituto Ideias Big Data mostra que Bolsonaro perdeu 15 milhões de votos desde a posse. Basta recordar que ele venceu Fernando Haddad por uma diferença de 10,7 milhões de votos para compreender uma verdade fantástica. Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro poderia ter sido derrotado.

Estamos falando de estatísticas, projeções, estimativas. Mas esta é a gravidade da crise. 

 Alguma dúvida?

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