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Ricardo Nêggo Tom

Cantor, compositor, produtor e apresentador do programa Um Tom de resistência na TV 247

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Se existe algum castigo de Deus sobre o Brasil, ele se chama Jair Bolsonaro

E a culpa por estarmos todos sofrendo as suas consequências é de quem o elegeu. Arrependidos ou não

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Por Ricardo Nêggo Tom

Não foram poucas as vezes em que diante de uma situação complicada em nossas vidas, fizemos o seguinte questionamento: “Que mal eu fiz a Deus para merecer esse castigo?” No atual momento em que vivemos no país, essa pergunta está sendo feita de forma coletiva, por milhões de pessoas que não entendem como Jair Bolsonaro se elegeu e ainda se mantém presidente da república, mesmo diante dos absurdos pensados, ditos e praticados por ele em seu governo.

Claro que existem muitas explicações para tal fenômeno. O ódio é a principal delas. Sentimento vil, baixo e capaz de produzir danos irreparáveis à existência humana, ele é a base da ideologia bolsonarista e pauta a conduta do atual governo e de seus apaoiadores. Desde o começo da pandemia, Bolsonaro vêm mantendo o seu negacionismo convicto e celerado. Sua leitura da realidade é tão equivocada, que lhe rendeu o título de genocida. No entanto, sempre soubemos muito bem, que o problema do atual mandatário do país nunca foi apenas de cognição.

Jair Bolsonaro é mal. Do mal. O mal. Desde a época em que organizava explosões subversivas nos quartéis do Exército, ele já havia sido diagnosticado como um indivíduo perigoso e nocivo ao convívio social. E não sou eu quem o diz. Há um dossiê sobre a conduta do então Tenente Bolsonaro, que assim o classifica. O documento foi organizado pelo Estado Maior da Forças Armadas e concluído em 1990. Dois anos após ele ter sido enviado para a reserva e ter sido submetido a júri militar.

Entre os adjetivos empregados no dossiê para “qualificá-lo”, estão: “canalha”, “covarde” e “contrabandista”, o último, referindo-se às compras ilegais que ele costumava fazer no Paraguai. Para além de um simples muambeiro, Bolsonaro teve declarada pelo juízo militar a sua “incompatibilidade para o oficialato”, o que lhe faria perder o posto e a patente. Decisão que acabou sendo revertida em uma providencial aposentadoria. No mesmo ano em que era “excluído” do Exército, ele seria admitido na Câmara dos Vereadores da cidade do Rio de Janeiro. E assim, teve início a desgraça política a qual estamos submetidos neste momento.

O homem considerado inapto para a carreira militar foi considerado apto pelo povo carioca para representá-lo na política. Deus, do alto de seu trono, comenta com São Pedro: “Depois eles perguntam que mal me fizeram para serem castigados”. São Pedro ri de canto de boca e exclama: “Pois é!” Na sequência, seis mandatos inócuos como deputado federal, até chegar à presidência da república. O que ele não conseguiu fazer no Exército, ele iria conseguir fazer no país. Detonar tudo.

Quis o destino que este homem explosivo e mal intencionado estivesse ocupando o cargo público mais importante da nossa sociedade, em meio a uma pandemia de proporções apocalípticas. Justo aquele “canalha”, “covarde” e “contrabandista”, que o Exército havia posto para fora de suas fileiras, por considera-lo um mal exemplo. O mesmo homem, que já como deputado federal, sugeriu o fechamento do Congresso, o fuzilamento do presidente FHC e a morte de, no mínimo, uns trinta mil, como solução para os problemas do país.

Aos religiosos fanáticos e a outros seres facilmente alienáveis que estão associando a chegada do vírus, entre outras coisas, a um castigo divino em reprimenda ao enredo da Estação Primeira de Mangueira no carnaval de 2020, que levou um Jesus preto e favelado para a avenida, sugiro-lhes uma exegese particular de suas escolhas como cidadãos. Não seria mais provável estarmos sendo castigados por Deus, por termos escolhido um amante da morte como o salvador da pátria?

Deus não teria mais motivos para largar o aço celestial sobre o país, por ter visto pastores, padres e outros líderes cristãos, ligando o nome de um entusiasta da tortura e defensor da pena de morte ao seu? O mito era uma farsa previsível. A construção de uma narrativa mentirosa e maniqueísta, que colocava Bolsonaro como o escolhido por Deus para derrotar o mal que o PT e o comunismo (que nunca esteve no poder por aqui) representavam para a família cristã brasileira, não é o que pode ter provocado a ira divina sobre a nação?

Se alguém, principalmente, aqueles que ajudaram a eleger Bolsonaro, anda se perguntando “que mal eu fiz a Deus para merecer esse castigo?”, lembre-se: Você apoiou a canalhice, a covardia, o mal exemplo, a tortura, a violência, a pena de morte, o racismo, o machismo, a homofobia, o milicianismo, o falso cristianismo, a má fé, e, mais recentemente, está apoiando o genocídio de seus concidadãos. Deus olha para São Pedro e diz: “Enquanto não tirarem ele da presidência, o meu castigo permanece”. São Pedro, que acabara de ver na televisão o presidente imitando a falta de ar das vítimas da Covid, deixa cair uma lágrima e responde: “Até quando?”

Se existe algum castigo divino atualmente em vigência sobre o Brasil, ele se chama Jair Bolsonaro. E a culpa por estarmos todos sofrendo as suas consequências é de quem o elegeu. Arrependidos ou não.

Ódio acima de tudo. Castigo acima de todos.

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