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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Se fosse o democrata que diz ser, Lira pautava era o impeachment

"Se o deputado Arthur Lira quiser realmente se valer do que pauta o Brasil, ele deveria, então, desengavetar os tantos pedidos de impeachment do presidente da República que ele (Lira) ignora e se nega a discutir", escreve o jornalista Gilvandro Filho

Arthur Lira (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

A nota oficial divulgada pelo presidente da Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira (PP) é uma das peças que mais traduzem o cinismo travestido de senso democrático. Ao se negar a respeitar o que decidiu a comissão especial sobre a tese bizarra e ridícula de se voltar aos tempos do ronca e se adotar o voto impresso no país, ele demonstra, de fato, que de democrata não tem muita coisa. Já ao argumentar, como justificativa, que “o voto impresso está pautando o Brasil”, ele arregaça o nível do seu adestramento em relação ao chefe de outro poder, o Executivo. Fica patente para que ele (Lira) foi eleito presidente da Casa.

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O discurso sobre a “pauta” do tal voto impresso e auditável parece saído dos corredores do Palácio do Planalto. A desfaçatez de definir, de per si, o que é e o que não é importante na vida do brasileiro é de um bolsonarismo desmedido. Certas expressões também parecem escapulir das mentes doentias do gabinete do ódio, a fonte perene de mentiras e de agressões à lógica e à ética que ditam o discurso diário expelido pelo presidente da República nos cercadinhos da vida.

O que Lira esqueceu de completar é que o voto impresso pauta, sim, mas a cruzada antidemocrática de Jair Bolsonaro no seu empenho incansável em sabotar e agredir os demais poderes, sobretudo o Judiciário, com especial afã o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.  

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Lira, com sua decisão unilateral, também deu de ombros ao desrespeito com o que o “mito” dele trata o Legislativo, inclusive a Casa presidida pelo deputado do PL que, na nota divulgada nessa sexta-feira (6), se jacta de ter uma “trajetória de homem público que não foge ao debate". Estranho “debate”, diga-se, que começa logo desrespeitando a decisão tomada pela maioria dos parlamentares de uma comissão criada pela própria Casa que ele (Lira) preside.

Diante do que Lira decidiu e, sem corar de vergonha, anunciou, a democracia brasileira se vê ameaçada. E pelo tema esdrúxulo e extemporâneo que ele, em conluio com o presidente da República, resolveu abraçar (o tal do voto impresso e auditável), soa como fakenews a frase que ele, pomposamente, inseriu na sua nota oficial: "Estou atento 24 horas. Todo o tempo. Quero deixar claro que seguirei pelo caminho da institucionalidade, da democracia". Atento, sem dúvida alguma. No caminho da institucionalidade, da democracia, há controvérsias.

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Se o deputado Arthur Lira quiser realmente se valer do que pauta o Brasil, ele deveria, então, desengavetar os tantos pedidos de impeachment do presidente da República que ele (Lira) ignora e se nega a discutir. Segundo a Agência Pública, 1.558 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment de Bolsonaro. Ele (Lira) já recebeu 132 documentos, sendo 78 pedidos originais, sete aditamentos e 47 pedidos duplicados. Dessa montanha de reivindicações da sociedade civil e de partidos políticos, seis pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os demais 126 dormem numa gaveta qualquer da presidência da Câmara dos Deputados.

Democrata de verdade, daria curso ao que, de fato, pauta hoje o Brasil: o grito de “Fora Bolsonaro!”.

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