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Marconi Moura de Lima

Professor, escritor. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Leciona no curso de Agroecologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teima discutir questões de um novo arranjo civilizatório brasileiro.

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Se Mourão será Presidente, qual sentido do Golpe do Exército?

Qual é a lógica de militares apoiarem Bolsonaro em sua aventura tosca e completamente pessoal (isto é, para proteger-se da prisão, tanto a sua, quanto a seus filhos, os “zeros” porqueiras) na tentativa do Metagolpe[2]?

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Existe uma desculpa esfarrapada[1] para o não-impeachment de Bolsonaro que ecoa do Congresso Nacional liderado por Rodrigo Maia, o subserviente ao Mercado, e seus acéfalos deputados fisiologistas do Centrão, com seus homônimos anciões no Senado Federal.

A verdade. Bolsonaro não foi eleito democraticamente. E se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tivesse homens e mulheres honradas e de coragem na magistratura, teriam provido as investigações sérias sobre as fake news e demais eventos forjados da eleição-2018 para concretamente anula-la. Bolsonaro não tem maioria da população. Se fizer uma pesquisa realmente pura, haverá uns 5% da população declaradamente fascista, malditos que não poderiam ser chamados de humanos, somados, creio, a uns 15% de seres ingênuos que operam mediante o toque do berrante e seguem em fila qualquer eco que se pareça com a libertação destes seres deficientes de cognição social. Isso totaliza um quantitativo medíocre de aproximadamente 30 milhões de eleitores, dos 150 milhões de votantes no Brasil. Isto é, 120 milhões de eleitores são contra os crimes e as políticas do Presidente da República. Bolsonaro comete uma sequência de crimes contra a saúde coletiva da população e (eita, bagaceira!) bem em plena crise humana a que está acometida por uma das mais brutais pandemias da História da Humanidade. Bolsonaro não apenas não está dando conta de combater a pandemia, como é único líder mundial que estimula o avanço do coronavírus, o que por si somente seria o motivo real para a sanidade de nossos chefes de Poderes, leia-se: STF e Congresso Nacional, de apear esse monstro do outro Poder, o Executivo. Bolsonaro já não tem maioria no meio Militar. Na verdade, a maioria, creio, está com dois eventos lógicos: i) a ideia de uma modernidade estatal que não aceita mais uma nova Ditadura Militar; e ii) o evento pragmático dos fatos que denotam a Presidência do País indo direto para as mãos de um de seus membros leais, o General Mourão. Feita a releitura mais estruturada desta última verdade, há que nos perguntarmos: faz algum sentido a cúpula das Forças Armadas: Brigadeiros, Almirantes e Generais apoiarem o Zumbi Presidencial para um Golpe de Estado, sendo que, em poucos dias, não pelo ativismo judicial necessário, ou pelo protagonismo dos nossos parlamentares, todavia, por força da necessidade histórico-conjuntural? 

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Qual é a lógica de militares apoiarem Bolsonaro em sua aventura tosca e completamente pessoal (isto é, para proteger-se da prisão, tanto a sua, quanto a seus filhos, os “zeros” porqueiras) na tentativa do Metagolpe[2]?

O Exército jamais se apequenaria tanto. Não porque eu confie nessa cúpula de generais saudosistas dos tempos de chumbo. Todavia, por algo que vai muito além do capricho: trata-se do “Poder Fácil”. Mourão será presidente, e será bem logo. É melhor que o Exército deixe o Jair Bolsonaro se fritar “no sol” de Brasília em suas manifestações patéticas de contaminados, pelo coronavírus e pela ignorância crônica, do que romper com tanques de guerra junto à Praça dos Três Poderes.

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Portanto, o máximo que o Exército dará ao [que sobrou de] Bolsonaro será um “aperto de cotovelo”.

Bolsonaro, como eu sempre digo: está a me lembrar o deputado Eduardo Cunha que, de tão ambicioso, subiu rapidamente na órbita da República. Porém, queimou tanto combustível na largada que não sobrou gás para voltar e pousar com tranquilidade. Estabacou-se no chão e morreu para a História do Brasil com um lixo tóxico. Bolsonaro não passará disso. É uma pena que até nossos ministros do STF e nossos congressistas ganharem coragem para fazer uma leitura de conteúdo humanístico, isto é, salvar a população do bolsonavírus que somente agrava o coronavírus e aumenta sobremaneira as famílias em prantos pelas perdas de seus entes queridos, amargaremos dor coletiva como jamais vista neste País pelos milhões e milhões de brasileiros que nada têm a ver com esse monstro – temporariamente – no Poder a fazer este estrago que a História demorará século para corrigir (curar).

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[1] Provavelmente você conseguiu interpretar do texto qual seria a “desculpa esfarrapada”. Todavia, o real motivo é cargo e dinheiro. Mesmo na desgraça da COVID-19 assassinando milhares de vidas e sonhos neste País, nossos parlamentares e grandes empresários continuar ganhando muito dinheiro com a desgraça alheia. E Bolsonaro agora liberou 53 bilhões para os deputados do Centrão, a fim de ter o apoio deles – para se manter vivo por poucos dias.  

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[2] O Golpe mesmo já ocorreu na História recente: em 2016, quando inventaram um crime para tirar alguém eleita na verdade da Democracia e retirada na mentira do Jogo. Não há necessidade de um Golpe dentro do Golpe. 

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