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Matheus Brum

Mineiro de Juiz de Fora, jornalista e escritor

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Sem derrubar as fake news, continuaremos perdendo

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Olá, companheiros e companheiras. Como vão? Hoje quero trazer um assunto que foi muito pouco debatido, ao meu ver, após as eleições municipais de novembro: o uso indiscriminado de fake news em diversas campanhas eleitorais, principalmente contra os candidatos progressistas. 

Nas diversas análises de conjuntura que já li sobre o resultado do pleito, vi poucos abordarem a destruição de reputações causada pelas notícias falsas, plantadas, na maioria das vezes, pelas próprias candidaturas de direita e extrema-direita. Continuamos subestimando o poder destruidor das fakes e os erros cometidos em 2018. 

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Pois bem... só em Porto Alegre, Manuela D’Ávila derrubou, na Justiça, mais de 600 mil fakes compartilhados em redes sociais; em São Paulo, Guilherme Boulos conseguiu, também na Justiça, derrubar propagandas mentirosas de Russomanno e postagens com conteúdo falso de blogueiros e influenciadores da extrema-direita; em Vitória, João Coser conseguiu derrubar todas as inserções de TV do candidato Delegado Pazolini na sexta antes da eleição, em virtude de informações mentirosas colocadas em sua campanha; em Juiz de Fora, a prefeita eleita Margarida Salomão lidou com uma série de fakes no 2º turno e as enfrentou a partir da criação de uma Central da Verdade que recebia as postagens falsas e repassava para o Departamento Jurídico da campanha derrubar via Justiça Eleitoral. 

Dos quatro casos que citei acima, apenas em um houve a vitória de uma candidata progressista. Em todos os outros, a derrota veio – e de maneira acachapante. É difícil, no calor do momento, dizer o quanto a veiculação de notícias falsas na internet e nas inserções de rádio e TV interferiram no resultado da eleição. Mas é inegável que continua sendo um problema para o campo progressista e para o Judiciário encontrar fórmulas para diminuir os impactos das notícias falsas na política. 

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Nem vou entrar na absurda campanha de João Campos contra Marília Arraes, no Recife. E nem do caso, em Cariacica, da associação da candidata do PT, Célia Tavares, ao famigerado e mentiroso “kit gay”, inventado nos últimos anos e usado nas eleições presidenciais de 2018. 

Infelizmente, sem uma legislação firme para combater fake news e sem investimentos nas Polícias Civis para investigar os criadores e divulgadores de fake news, continuaremos a lidar com este grave problema. A Justiça, em 2020, melhorou em relação à 2018, mas vimos que muitas informações falsas foram divulgadas, causando prejuízo ao pleito. 

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Nas analises de conjuntura é preciso colocar este impacto. O campo progressista precisa aprender a lidar com as redes sociais. Os partidos, ONGs, movimentos sociais, etc, precisam organizar cursos de como usar as redes e combater as fakes aos seus filiados e militantes. 

É preciso cobrar mais responsabilidade das empresas que mantém as redes sociais, que são lentas na análise de notícias e informações falsas – isso quando não se omitem. 

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Na questão das fake news sou mais radical, principalmente por ser jornalista: é preciso impugnar chapas e candidaturas que utilizem, deliberadamente, notícias e informações falsas na campanha. Principalmente aquelas que já foram derrubadas na Justiça e voltam a serem compartilhadas e faladas em propagandas e debates. 

Sem vencer as fakes, que a direita comanda tão bem, continuaremos a sofrer derrotas. E quem perde não é o campo progressista, é a sociedade. Pois está elegendo representantes mentirosos. Se já mentem em campanha, imagina quando tiverem no poder.

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