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Mauro Passos

Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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Sem nada para dizer, Bolsonaro assiste à debandada dos votos

Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Lauren Justice)
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Não sei de quem foi a ideia da motociata em Orlando, nos EUA. Poucas motos e gente procurada pela Justiça na plateia. Sem ter o que mostrar de positivo no seu governo, Bolsonaro se desespera. Por aqui, sua turma resolveu antecipar o calendário eleitoral e saiu colocando cartazes com esses dizeres, "só existem dois lados". Além de cometer crime eleitoral, acabaram espalhando o nome do Lula por todo o país. 

Se a ideia era atingir a terceira via, não se deram conta que chegaram tarde. Ela acabou por si, só restaram mágoas e feridas abertas. Mesmo assim os eleitores simpatizantes da ideia da terceira via, não devem ter ficado nada satisfeitos com o que viram. Bolsonaro ao descartá-los como uma opção política deu mais um tiro no pé. Numa disputa eleitoral acirrada como a atual, não se deve criar desencontros de graça. (*)

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Quanto ao apelo da campanha fora de hora de que só existem dois lados, também não faz sentido. Não se sustenta no mundo atual e muito menos no Brasil. Aqui são mais de trinta partidos e outros tantos que virão. Com um fundo partidário que não para de crescer (já está em 5 bi), os partidos proliferam como se fossem ervas daninhas. Tamanha diversidade social e política, não permite o afunilamento em dois únicos pensamentos. A verdade absoluta, acima de tudo e de todos, é uma visão de mundo atrasada e perigosa. A diversidade é que dá vida e fortalece a democracia. Fora dela é uma chatice só. 

Um bom debate nacional, com a devida complexidade do mundo que estamos inseridos, ajudaria muito a sociedade fazer a melhor escolha. O que está se passando entre a Ucrânia de Zelensky e a Rússia de Putin, por exemplo, nossos postulantes ao cargo máximo da República deveriam dizer o que pensam. Como também, sobre o seu impacto na crise energética e na cadeia alimentar. No âmbito interno a venda da Eletrobras, em ano eleitoral, deveria merecer a opinião dos candidatos. Sobre a Amazônia sem lei, ameaçada em todos os sentidos, deveria ser prioridade o compromisso público com sua preservação. 

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Claro que Bolsonaro vai continuar se esquivando, afinal não tem o que dizer. Só que a sociedade precisa mostrar o interesse e a importância dos debates. Nos poucos meses que nos separam da eleição temos que exigir que eles aconteçam. Está mais do que na hora de se afrontar o pragmatismo eleitoral, onde os marqueteiros orientam os candidatos para não participar dos debates. Assim buscam evitar a exposição. Só que virou uma cultura que desconsidera o direito do eleitor conhecer melhor quem são. O que certamente enfraquece a democracia e nos faz retroceder como sociedade.

(*) Na última sexta-feira, às vésperas do Dia dos Namorados, MDB e PSDB oficializam o namoro. Buscam ressuscitar a terceira via num quadro em que boa parte dos eleitores já tomou sua decisão. Outra dificuldade são os acordos já construídos para os governos estaduais. Ao meu ver Bolsonaro e Ciro, não gostaram nada dessa novidade. Simone Tebet tira voto de Bolsonaro na região Centro Oeste e Jereissati tira voto de Ciro no Nordeste.

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PS - Já comentei vária vezes sobre a venda da Eletrobras. Agora, a poucos meses das eleições, numa clara iniciativa eleitoreira, venderam parte das ações. Em paralelo, anunciam a redução dos impostos na energia elétrica e nos combustíveis. Segundo consta, só o do diesel vai custar uma Eletrobras. No final do ano, passada as eleições, acaba a farra: o Brasil vai ficar sem a Eletrobras e com a volta dos impostos.

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