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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Semana decisiva para o golpe

Os opositores do governo, em especial a grande mídia, setores do Judiciário e os políticos que provocaram as crises que praticamente paralisaram a Nação serão responsabilizados, perante a História, pelos males que advirão do caos que se instalará no país

Os opositores do governo, em especial a grande mídia, setores do Judiciário e os políticos que provocaram as crises que praticamente paralisaram a Nação serão responsabilizados, perante a História, pelos males que advirão do caos que se instalará no país (Foto: Ribamar Fonseca)
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Como previsto, a Comissão Especial do impeachment aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes, que se manifestou favorável ao afastamento da presidenta Dilma Roussef. Portanto, não houve surpresas. Na verdade, todo mundo sabia que isso aconteceria, pois a abertura de espaço para a acusação e defesa da Presidenta não passou de mera encenação, como parte do rito, porque os membros da comissão já haviam definido seus votos no ato de nomeação, independente do que dissessem o Advogado Geral da União Eduardo Cardozo e a performática Janaína Paschoal. Surpresa mesmo foi a festa que os parlamentares golpistas fizeram, uma comemoração antecipada de algo que pode não acontecer, já que o processo ainda será submetido ao plenário da Câmara. Vergonhoso, porém, foi assistir na televisão os deputados golpistas comemorando uma ilegalidade praticada conscientemente, como assaltantes comemorando o sucesso do assalto. Lamentavelmente, eles não estão preocupados com o país, mas com a conquista do poder.

De qualquer modo, esta semana será decisiva, não exatamente para o mandato da presidenta Dilma Roussef, mas para o futuro do Brasil. Se o impeachment-golpe for derrubado pelo plenário da Câmara dos Deputados no próximo domingo, dia 17, data marcada para a sua votação, o país deverá começar a respirar um novo clima, permitindo à Presidenta da República reconstruir a sua base de sustentação no Legislativo e recolocar a Nação nos trilhos do desenvolvimento, agora com a decisiva colaboração do ex-presidente Lula, seja como ministro-chefe da Casa Civil ou como assessor especial. Se, no entanto, o golpe for aprovado, possibilidade que parece ficar mais remota a cada dia que passa, o país poderá mergulhar numa guerra civil de consequências imprevisíveis, considerando-se o clima de intolerância e ódio disseminado pela mídia e pelas redes sociais. E as Forças Armadas certamente serão chamadas a intervir para restaurar a ordem.

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Os opositores do governo, em especial a grande mídia, setores do Judiciário e os políticos que provocaram as crises que praticamente paralisaram a Nação serão responsabilizados, perante a História, pelos males que advirão do caos que se instalará no país, principalmente pelas possíveis mortes em conflitos de rua. Todos eles estão conscientes dos perigos decorrentes da interrupção ilegal traumática do mandato de Dilma, mas nenhum deles está preocupado com o que possa ocorrer, sobretudo com o povo, interessados única e exclusivamente na conquista do poder. Para eles pouco importa se houver mortes, contanto que ocupem o poder. As paixões políticas e a ambição parece que toldaram a visão dos golpistas, que se fazem de surdos aos apelos do bom senso e utilizam todo tipo de artificio para alcançar os seus objetivos, qualquer que seja o preço que a Nação terá de pagar.

Eles também se mostram cegos aos reflexos no resto do mundo, especialmente na América Latina, do que acontecer no Brasil. A Terra é hoje uma aldeia global, onde todas as nações estão interligadas e, portanto, um fato como a derrubada ilegal de um governo, em qualquer recanto do nosso orbe, tem repercussão em todo o planeta. Prova disso é o interesse da imprensa internacional e dos governos que tem relações diplomáticas com o Brasil, mesmo os mais distantes, pelos acontecimentos em nosso país. E, o que é mais importante, todos estão conscientes de que o que se passa aqui é um golpe montado pela oposição com a decisiva participação da grande midia e de parte do Judiciário. É preciso levar-se em conta, ainda, que, apesar da campanha sistemática da midia, a grande maioria do povo é contra o impeachment, que todos já identificam como golpe. Tanto isso é verdade que rejeita, como atestam as pesquisas, o vice-presidente Michel Temer que, convencido de que chegará ao Planalto pelo atalho do golpe, até já ensaiou um discurso de presidente, deixando cair de vez a máscara de conspirador.

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Na verdade, as afirmações levianas de alguns políticos não enganam mais. Um dos caciques do PMDB, Moreira Franco, que desembarcou do governo justamente para facilitar a materialização do golpe e guindar Temer à Presidência da República, tentou justificar a trairagem do seu partido dizendo que "o governo tem a oposição da nação, e a Câmara não fica contra a nação". Será que na sua visão distorcida as manifestações pró-impeachment é que representam a nação? E as favoráveis a Dilma? O cinismo parece ser mesmo a marca dessa gente, como o deputado Paulinho da Força, que afirma, leviana e irresponsavelmente, nas inserções do seu partido na televisão, que o governo da presidenta Dilma "é o mais corrupto da história do Brasil". Apesar de insistentemente repetida no horário nobre da TV Globo, na tentativa de convencer os outros e a si mesma, a afirmação de Paulinho não tem nenhuma credibilidade, não apenas porque ele não é nenhum modelo de honestidade mas, sobretudo, porque todo mundo sabe, até os investigadores da Operação Lava-jato, que o governo Dilma se caracteriza como o que mais combate a corrupção no país.

Certamente por isso o ex-deputado Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão, elogiou o comportamento de Temer que, segundo ele, "fez muito bem em dar o troco ao governo", e a quem sugeriu uma legislação mais dura contra as manifestações sociais, afirmando que "isso não pode ser um valhacouto de bandidos". Olha só quem fala! Até parece a mais santa das criaturas, recém saído da prisão. Embora não tenha dito, não é improvável que tenha também sugerido ao "novo" presidente que ponha um fim da Operação Lava-Jato, o que, aliás, parece ser reivindicação comum dos golpistas, já que quase todos são acusados de algum tipo de corrupção, a começar pelo comandante do processo de impeachment, o deputado Eduardo Cunha, mais sujo do que pau de galinheiro, que, vergonhosamente, continua presidindo a Câmara com o apoio dos mesmos "moralistas" que estão empenhados em afastar Dilma do Planalto. Uma vergonha!

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