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Manuel Domingos Neto

Historiador, professor, pesquisador na área das Forças Armadas. Foi deputado federal pelo Piauí

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Senadores, chamem os comandantes!

O analista Manuel Domingos Neto, especialista na questão militar, escreve sobre a passagem do general pelo Ministério da Saúde: “Pazuello e seus coronéis-acompanhantes foram cumprir missão atribuída por hierarquia superior”

(Foto: Reprodução)
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Por Manuel Domingos Neto

O general Pazuello não ocupou o Ministério da Saúde por indicação de uma corrente política. Não foi nomeado por afinidades com a pasta. Sequer foi escolha do Presidente, que, aliás, deve o cargo ao amparo assegurado pelas corporações militares, em particular ao comandante do Exército, conforme reconheceu publicamente. 

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Pazuello e seus coronéis-acompanhantes foram cumprir missão atribuída por hierarquia superior. Pode até gostar de Bolsonaro. Mas venera e obedece à Corporação. Talvez o único momento em que o ex-ministro falou com justeza foi quando explicou a razão de sua demissão: “missão cumprida”. Não permaneceu no cargo porque isso não era de interesse de seus superiores.

Se a missão resultou em tragédia, que os senadores não livrem a cadeia hierárquica. O homem estava de paletó, mas não deixava de ser um general da ativa absolutamente contingenciado por seus superiores.   

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Retive o que ouvi no início da tragédia: Pazuello seria o cara certo para levar do jeito certo e na hora certa o que fosse preciso; era o melhor em logística; a política do ministério estaria definida, faltando um intendente; enfrentar pandemia seria gerenciar crise e para isso é preciso alguém que saiba mandar...

Uns pretendem a responsabilização do General-Ministro; outros, a de seu  comandante-em-chefe, o Presidente. 

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E os comandantes militares que escolheram Pazuello e sua equipe de oficiais da ativa que ocuparam o Ministério da Saúde? 

O general Pujol assinou a liberação desses homens. No mais, sob seu comando, a Corporação produziu grandes quantidades de remédio ineficaz, esbagaçando recursos públicos.

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Para driblar perguntas incômodas, Pazuello dizia: não é responsabilidade minha; não me competia intromissão no caso; isso é problema do corpo técnico; sigo o regulamento; não tenho que considerar ordens emanadas através de redes sociais... Parecia um atendente à distância de uma empresa: “o sistema não reconhece sua pergunta”. O general desapareceu, ficou o burocrata obtuso. 

Não tive pena de Pazuello quando uma mulher o chamou de mentiroso. E me irritei quando o senador que dirigia os trabalhos pediu calma a sua colega. Ninguém cobrou calma aos outros senadores justificadamente exaltados.

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