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Davis Sena Filho

Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre

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STF prende Dirceu e Genoino e joga no lixo o Estado Democrático de Direito

A AP 470 é a maior farsa e fraude jurídicas que o Brasil testemunhou em toda sua história e o tempo a comprovará e mostrará o quão podem ser injustos e irresponsáveis os juízes, os promotores e as mídias dos magnatas bilionários

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Enfim, os réus do "mensalão" do PT, condenados no fim de 2012, entregaram-se para ser presos, após os embargos infringentes. Ninguém fugiu para escapar da prisão, a exceção de Henrique Pizzolato, como chegou a especular a imprensa leviana e empresarial, que apoiou os crimes da ditadura militar, inclusive os de tortura e assassinato, pois cúmplice e parceira do regime ditatorial. Pizzolato reconheceu a fuga e disse que espera na Itália ter chance de provar sua inocência, fato que, para ele, não ocorreu no Brasil.

As manchetes dos jornais mal disfarçam a comemoração, o regozijo, enquanto os colunistas e comentaristas da imprensa de mercado só faltam abrir champanhes e festejar as prisões de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, dentre outros envolvidos. Pessoas que estão encarceradas sem culpas comprovadas por juízes conservadores, políticos e ávidos de fama e holofotes, porque extremamente vaidosos, com ares de celebridades e de pessoas dispostas a fazer poses, como se tirassem fotos para a revista Caras ou TV Fama.

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Por sua vez, juízes do STF falsamente moralistas e politicamente conservadores, a exemplo de Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello concederam habeas corpus para criminosos riquíssimos, como o banqueiro Salvatore Cacciola e o médico Roger Abdalmessih. Reginaldo Pereira Galvão, o Taradão, também foi libertado pelo STF. Tal pessoa é a mandante da execução sumária da missionária estadunidense, Dorothy Stang.

Outro caso emblemático relativo às decisões do Supremo é a chacina de Unaí. Quatro fiscais do Ministério do Trabalho e o motorista foram assassinados a mando dos irmãos fazendeiros Antério e Norberto Mânica, considerados os "reis do feijão". Os fiscais investigavam trabalho escravo na região, e foram mortos em uma emboscada, que chamou a atenção do País.

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Até hoje os dois megaempresários estão soltos, impunes e a dar continuidade aos seus negócios empresariais e políticos, inclusive a concorrer a eleições, vencê-las e ocupar a cadeira de prefeito de Unaí, como foi o caso de Antério. Este é o STF, que relaxa a prisão de pessoas acusadas por testemunhas de cometerem um banho de sangue contra servidores públicos federais, a cumprir suas obrigações, pois intrínsecas aos cargos que ocupavam.

Daniel Dantas — banqueiro também — conseguiu dois habeas corpus para sair da prisão, em tempo exíguo, fato este que, sem dúvida, deve ser um recorde mundial, cujo detentor da marca é o juiz Gilmar Mendes. Alguma surpresa? Lógico que não. A burguesia sempre foi íntima da Corte, bem como a maioria de seus integrantes, historicamente, é filha da classe dominante, com forte sentimento de classe e desprezo pela isonomia dos homens e mulheres perante a lei.

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O STF, presidido pelo juiz Joaquim Barbosa, acrescentou mais um "P" ao elenco de pês no bem falar do povo brasileiro quando se trata de definir o Judiciário brasileiro, a seguir: pobre, preto e puta. Agora temos um quarto "P" a "estrear": o "P" de petista. Agora é assim no Brasil: pobres, pretos, putas e petistas são presos, enquanto a burguesia e seus porta-vozes continuam a chicotear aqueles que ousarem a abrir a boca ou agir politicamente contra os interesses dos ricos, dos muitos ricos, das classes dominantes, das corporações empresariais e dos governos dos países imperialistas.

Joaquim Barbosa vai ter seu quinhão concedido pela direita brasileira, e talvez se candidate a Presidência da República. Que venha... Seja bem-vindo à luta politica, que se dá na planície e não no elevado de seu trono de ouro de juiz nomeado, cujas atitudes, ações e condutas não podem ser questionadas concretamente por causa da força do seu atual cargo.

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Por isso, defendo que juiz de STF seja eleito pelo voto popular. Joaquim, candidato, o torna simples mortal, cuja vida vai ser analisada, averiguada e não há Luciano Huck, Rede Globo, casa em Miami, interesse político e vaidade pessoal que não vai expor quem esse juiz arbitrário e condestável realmente é. Grande parte da sociedade está à espera de ver o magistrado tratar do mensalão tucano e da privataria tucana, além do príncipe da privataria, se ele não abdicar de ser juiz político para ser político juiz.

Espera-se também pelas suas ações no que tange aos escândalos tucanos de um bilhão da Alston e da Siemens. Talvez o presidente da PGR, Rodrigo Janot, não siga os passos tortuosos e tão claros quanto aos de um covil escuro, que foi a administração do prevaricador e político de direita, Roberto Gurgel, que atualmente curte as benesses de sua aposentaria, bem como sua imagem reacionária dormita em pódio do esquecimento.

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Há 20 anos os políticos do PSDB aprontam em São Paulo. É uma caixa preta das mais fétidas e que o prefeito petista, Fernando Haddad, começou a desinfetar em âmbito municipal e por causa disso já enfrenta dura oposição da imprensa burguesa aliada dos tucanos desde 1988 quando esse partido conservador foi fundado e tomou o lugar do DEM, partido herdeiro da UDN, da Arena, do PDS e do PFL, mas aliado histórico dos tucanos.

O Judiciário brasileiro é o pior poder deste País. O mais afeito à mordomia, o que mais reagiu à Lei do Nepotismo e à minirreforma do próprio poder. Tentou sabotar as recomendações e denúncias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois a finalidade é manter os privilégios e resguardar os juízes que cometem ilegalidades e irregularidades.

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Além disso, o STF se intromete, de forma inadvertida, em questões dos outros poderes, porque faz política, pois parte de seus juízes fala mais que um apresentador de televisão, afinal ela é partidária, ideológica e luta contra a reeleição da presidenta trabalhista Dilma Rousseff. Esses fatos são tão visíveis e nítidos como as águas cristalinas das praias do Nordeste.

A maioria dos juízes do STF rasgou a Constituição, o Código Penal e o estado democrático de direito se tornou apenas uma paisagem lúgubre e degradada por homens que decidem o destino de pessoas à margem do Direito processual. País nenhum merece juízes como Gilmar Mendes, Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio de Mello, sem citar outros, inclusive alguns que se aposentaram, porque não vale à pena lembrar de tais figuras capatazes do sistema.

Os quatro são extremamente vaidosos, ardilosos e autoritários e embarcaram na fama fácil e na adulação, cínica e falsa, dos donos da imprensa de direita, que tentam pautar a agenda do País e governar no lugar dos mandatários eleitos pelo povo. A imprensa golpista e que não desiste nunca de conspirar contra os governantes trabalhistas desde os tempos do estadista Getúlio Dornelles Vargas.

Aliaram-se aos interesses políticos da burguesia e não trabalham de forma isonômica para que os crimes cometidos por empresários influentes e políticos tucanos sejam, de fato, julgados. A direita brasileira, a empresarial e a política foi derrotada em três eleições e para amenizar a incompetência política e administrativa contam, seguramente, com a sistemática intervenção do Judiciário e do Ministério Público na política brasileira.

O Judiciário nunca corta na própria carne. Os juízes quando punidos recebem salários integrais, não conhecem as realidades brasileiras e muito menos as necessidades do povo, que lhes paga altos salários e sustenta suas carreiras estáveis e portadoras de status e soberba.

Torna-se imperativo que haja uma completa e abrangente reforma no Judiciário, porque depois de pessoas inocentes serem presas por intermédio da teoria do domínio do fato, a cidadania brasileira ficou à mercê da vontade de juízes que se comportam como políticos e determinam suas ações judiciais conforme seus interesses políticos e ideológicos, bem como partidários.

A teoria do domínio do fato foi questionada pelo jurista alemão, Claus Roxin,especialista que aprimorou a teoria criada para julgar os nazistas na II Guerra Mundial e usada ao bel-prazer pelos juízes conservadores do STF. Para Roxin, os réus da Ação Penal 470 conhecido como "mensalão", o do PT, tiveram suas defesas prejudicadas, pois uma pessoa não poder ser considerada culpada e, consequentemente, condenada à prisão porque ocupava cargo de chefia e presumivelmente era obrigada a saber o que todos os subalternos fazem.

A Constituição e os códigos deste País não permitem tal casuísmo, afrontas aos direitos civis, que permitam às autoridades constituídas se tornarem verdadeiras ditadoras e, por seu turno, passem a agir de forma antidemocrática, perversa e, indubitavelmente, política, razão pela qual lutam a direita partidária derrotada e seus aliados que controlam o Judiciário e o MP.

Claus Roxin afirmou: "A noção de que só o cargo serve para indicar a autoria do crime não é correta. Quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado". O jurista condenou ainda o julgamento sob "publicidade opressiva", como aconteceu no Brasil. É que ele, creio eu, não tem a menor ideia que apenas meia dúzia de famílias "midiáticas" bilionárias transformam este País em um inferno.

Querem fazer crer que o Brasil é o pior lugar do mundo para baixar a autoestima dos brasileiros, além de cartelizar um segmento da economia cujo monopólio é privado, mesmo a ser de concessão pública, porque neste País ainda não se efetivou o marco regulatório para as mídias, cujo projeto se encontra há anos em alguma gaveta empoeirada do Ministério das Comunicações.

Por isto e por causa disto, empresários de mídias sem mandatos concedidos pelo povo conspiram, ousadamente, contra governos, ainda mais se os governantes forem dos campos trabalhistas e socialistas. A impunidade dos inquilinos da Casa Grande é total, como se fosse um direito de herança, sanguíneo. Por isto acontecer e ser assim, os magnatas bilionários de imprensa se consideram fortes o suficiente para conspirar e, quiçá, repetir, para seus deleites e prazeres, o golpe civil-militar de 1964 em pleno século XXI.

Gostaria de por algum momento ser um vidente para saber se, porventura, os promotores e juízes de oposição são realmente republicanos e, por sua vez, dispostos a levar a efeito a teoria do domínio do fato nos casos de José Serra, Geraldo Alckmin, Eduardo Azeredo, Fernando Henrique Cardoso (Privataria Tucana e compra da reeleição), dentre muitos outros.

O mensalão tucano é de 1998, enquanto o do PT é de 2005. Mas, o processo foi propositalmente desmembrado, o número de testemunhas aumentou exponencialmente, seus endereços não estão corretamente cadastrados e por isso, dentre muitas outras coisas, o julgamento dos réus tucanos sequer tem previsão para começar. O Judiciário brasileiro é o arauto do adágio socrático "um peso, duas medidas".

Tal poder é composto por homens e mulheres cheios de defeitos e falhas profissionais e de caráter, como os são todas as sociedades, a humanidade e as suas escolhas para o bem ou para o mal. Contudo, a humanidade se protege e se resguarda e é por isto que ela cria códigos éticos e morais, que se transformam em lei.

Os juízes são os servidores públicos da lei. Eles as executam, e por isso seus equívocos e crimes tem de ter a dimensão de suas ações e cargos e devem ser afastados. Quando um agente público de tal importância erra por motivos torpes, infames e inconfessáveis, tem de ser prontamente questionado e denunciado, porque o juiz trata de questões relativas aos conflitos sociais e por isso deve ser afastado do cargo, responder a processos e, se considerado culpado, severamente punido conforme a lei.

O chamado "mensalão", o do PT, pois existem o mensalão dos tucanos de Minas Gerais e o mensalão da compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — aquele político que foi presidente, vendeu o Brasil e o quebrou três vezes, porque foi ao FMI três vezes a pedir esmolas, de joelhos e com o pires nas mãos.

A AP 470 é a maior farsa e fraude jurídicas que o Brasil testemunhou em toda sua história e o tempo a comprovará e mostrará o quão podem ser injustos e irresponsáveis os juízes, os promotores, as mídias dos magnatas bilionários e a parcela coxinha reacionária da população — o quarteto de direita que luta com garras e dentes para que o projeto de desenvolvimento do PT e do Governo trabalhista não vingue e não seja vitorioso, apesar das três eleições consecutivas vencidas pelos candidatos do Partido dos Trabalhadores.

As prisões sem provas e arbitrárias são um crime contra a cidadania, as leis do País e ao estado democrático de direito. O "mensalão" é um processo político e partidário usado como arma política por uma burguesia eleitoralmente derrotada e que teve de recorrer a seus últimos bastiões, que são o STF e a PGR, que, juntamente com os magnatas bilionários da imprensa corporativa, tornaram-se partidos políticos, que sabotam e boicotam sistematicamente os governos trabalhistas.

São instituições dominadas por uma casta social a efetivar chicanas e engodos, como o processo do "mensalão", razão pela qual essas duas instituições republicanas pertencentes ao povo brasileiro e não a servidores públicos togados, compromissados com o sistema de capitais e que dão sustentação política a partidos de direita, que há 11 anos não controlam a Presidência da República, pois fragorosamente derrotados nas últimas três eleições.

O Supremo e a PGR se transformaram em agremiações partidárias dominadas por juízes e promotores ideologicamente de direita, fundamentalmente politiqueiros, bem como, no decorrer do processo, importaram-se com a veracidade dos fatos e das provas e decidiram, por intermédio de um instrumento casuístico, acusar, julgar e prender pessoas de passado histórico e de grande importância política.

O propósito é desconstruir o PT e destruir a imagem e a reputação de homens que derrotaram, em 2003, por meio do voto popular, a burguesia herdeira da escravidão, sonhadora em ocupar por mais 500 anos a cadeira da Presidência da República e que tem a característica de congelar seu ódio ideológico e a intolerância de classe social no freezer.

Parte importante da sociedade brasileira está de olho nas ações do STF e à espera da aplicação da teoria do domínio do fato em outros casos notórios de corrupção, inclusive a sonegação de R$ 1 bilhão da Globo, em 2002, pois a imprensa de mercado vai continuar cega, muda e surda.

Agora no Brasil, o acusado tem de provar sua inocência e o acusador não precisa mais apresentar as provas. O STF jogou na lixeira o estado democrático de direito e precisa ser ocupado urgentemente pelo povo para voltar a ser republicano e temente às leis. É isso aí.

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