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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Temer não tem o que temer

O vice-presidente da Rep�blica e articulador pol�tico do governo, Michel Temer, faz palestra no campus da Asa Norte do Centro Universit�rio de Bras�lia UniCeub (Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil) (Foto: Alex Solnik)
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Temer não é o primeiro vice a provocar turbulências na política brasileira. Apesar de exercerem um posto praticamente decorativo, sem funções específicas (a não ser no período em que exerciam concomitantemente a presidência do Senado), alguns dos 23 vices desde Deodoro protagonizaram episódios fundamentais da nossa história.

João Pessoa, assassinado enquanto candidato a vice na chapa de Getúlio, foi o estopim do que os historiadores chamam de "revolução de 1930" ao invés de golpe que tirou do poder o presidente eleito Washington Luís, o que de fato foi.

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Jango, único vice de dois presidentes diferentes (Juscelino e Jânio), numa época em que havia profusão de políticos com jota, ao ser impedido de assumir pelos militares depois da renúncia de Jânio, deu pretexto ao golpe militar de 64.

Durante a ditadura, os generais-ditadores tinham seus vice-ditadores. Mas quando Costa e Silva morreu no trono seu vice, Pedro Aleixo foi impedido de assumir, por ser civil.

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Dos quatro vices que antecederam Temer desde a redemocratização, dois assumiram a presidência: Sarney, com a morte de Tancredo e Itamar, com a expulsão de Collor. Cinquenta por cento. Uma estatística que Temer pode estar tentado a aumentar.

Durante o primeiro mandato Dilma, ele costumava dizer a seus colegas maçons de São Paulo que não tinha nada melhor do que ser vice. Zero obrigações. Zero tarefas. Uma agenda com espaços generosos para aproveitar ao máximo a convivência com sua jovem e bela esposa.

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Nesse tempo ninguém o via e ele não via ninguém. É nos bastidores que sempre encontrou seu melhor campo de atuação. Agora que as circunstâncias o jogaram na ribalta, sob holofotes aos quais não estava acostumado, circula como uma opção cada vez mais factível nas altas rodas da sociedade paulista.

Alcunhado de "mordomo de filme de terror" por Toninho Malvadeza, ganha agora duas novas alcunhas: "a esfinge" e "o equilibrista". Ninguém sabe o que pensa. Nem quando diz o que pensa.

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Não há como não perceber que tenta caminhar sobre um fio de lâmina finíssimo: não quer parecer tão próximo do governo a ponto de ser guilhotinado se o governo cair, nem tão distante a ponto de ser afetado se o governo continuar.

No entanto, diga o que disser, faça o que fizer, haja o que houver, o governo não pode nada contra ele. Vice é indemissível.

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O castigo máximo seria colocá-lo na geladeira, mas isso daria mais espaço ainda na imprensa para ele. E como colocar na geladeira o presidente do PMDB, o maior aliado do governo? Tudo indica que o governo tem mais o que temer da parte dele do que ele da parte do governo.

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