Tentativa de asilo é a hipótese mais provável
"Orbán só tinha a perder se atendesse Bolsonaro. Um escândalo internacional como esse poderia ser a pá de cal em seu governo", avalia Alex Solnik
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Está cada vez mais claro que a hipótese mais plausível para Bolsonaro entrar na embaixada da Hungria à noite, fora do expediente e da agenda, clandestinamente, portanto, e lá permanecer por dois dias, depois de ter seu passaporte apreendido, e sob ameaça de prisão, foi pedir asilo político ao primeiro-ministro da Hungria, Victor Orbán, a quem já chamou de irmão.
Bolsonaro tinha boas chances de ser atendido, Orbán já concedeu, em 2018, asilo a um condenado pela Justiça, como ele, também sem passaporte, como ele - o primeiro-ministro da Macedônia do Norte, Nikola Gruevski - que fugiu para Budapeste num carro da embaixada húngara.
Este foi, provavelmente, um dos problemas no caso de Bolsonaro, como levá-lo à Hungria sem documentos, teria que ser uma operação clandestina, coisa de 007, um avião húngaro pousando em solo brasileiro sem autorização, tudo à revelia do governo brasileiro, o que geraria um grave incidente diplomático, uma coisa é conceder asilo a um líder da Macedônia do Norte, outro é fazer o mesmo com o ex-presidente de um país com um grande peso no cenário internacional.
Manter Bolsonaro como asilado na embaixada também seria péssimo para Orbán, que passa por maus momentos, enfrenta uma onda de protestos internos, colaborar com a fuga do ex-presidente brasileiro que enfrenta gravíssimas acusações na Justiça aumentaria ainda mais a insatisfação dos húngaros, que se queixam de que ele, dentre outras ilegalidades, controla o Poder Judiciário, e as críticas dos líderes europeus, Orbán só tinha a perder se atendesse a Bolsonaro, por mais que seja seu “irmão”, um escândalo internacional como esse poderia ser a pá de cal em seu governo.
Tal como no golpe, Bolsonaro fracassou na tentativa de asilo.
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