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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Todos os cenários sugerem o pacto com Lula

"Nem a condenação pelo juiz Sérgio Moro, nem a coleção de denúncias, nem as acusações e a carta de Palocci impediram que as intenções de voto em Lula continuassem crescendo e alcançassem 35% nesta nova pesquisa", analisa a colunista Tereza Cruvinel, sobre os números do Datafolha; "Então, o andar de cima nacional enfrenta é um trilema: impedir Lula, assimilá-lo, através de um pacto que permita sua eleição; ou impedir Lula mas ter que assimilar a vitória de um outro nome indicado por ele. Entre o titular e o substituto, seria muito mais vantajoso apostar no primeiro, que seria amplamente legitimado, que já foi testado e que já levou ao país a um de seus melhores momentos econômicos e sociais depois da redemocratização", afirma

Lula no Ceará (Foto: Tereza Cruvinel)
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Todos os cenários eleitorais testados pela pesquisa Datafolha divulgada neste domingo apontam a candidatura do ex-presidente Lula como aquela que pode representar uma saída para o túnel da crise, através de uma pactuação que exigirá grandeza dos adversários e das elites do país.  Exigirá a compreensão de que impedir sua candidatura será golpear novamente o país, com sua clara opção pelo nome que representa a retomada de um projeto interrompido, com crescimento e inclusão. Uma indicação da convergência que faz de Lula a saída está no fato de que,  nos cenários em que ele  é excluído e o PT não concorre ao pleito, quem de fato cresce não é nenhum adversário. Sãos os votos brancos e nulos.

Nem a condenação pelo juiz Sérgio Moro, nem a coleção de denúncias, nem as acusações e a carta de Pallocci impediram que as intenções de voto em Lula continuassem crescendo e alcançassem 35% nesta nova pesquisa, o dobro dos índices de preferência por Jair Bolsonaro (16-17%) e Marina Silva (13-14%), empatados em segundo lugar.   Todos, inclusive os tucanos Alckmin e Doria, são derrotados com folga por Lula no primeiro e no segundo turno.  Mas é interessante observar o que acontece sem o nome de Lula na cartela. Marina Silva cresce de 14% para 22% ou 23% (dependendo se o tucano será Alckmin ou Dória) e Bolsonaro de 17% para 18% ou 19%, dependendo também do concorrente tucano.

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Eles mesmos, Alckmin e Dória, crescem apenas dois pontos, passando de 8% para 10%, igualmente. De modo que a baixa competitividade tucana é sólida, com ou sem Lula no páreo. E outro nome, eles não têm, o de Aécio já nem é incluído nas pesquisas. Nestas simulações em que Lula ou um outro nome do PT não aparecem na cartela, os brancos e nulos  passam de 16% para 26%. Estes eleitores estão dizendo que não enxergam opção a Lula. Novamente, o sapo barbudo vai se impondo como o príncipe da vez, restando saber se o alto comando do país assimilará esta imposição do povo ou vai optar pelas apostas mais arriscadas.

Esta situação de preferência dominante por Lula exige uma pausa para a reflexão. Uma pactuação que permita sua candidatura, assimilando seu retorno com um programa que restabeleça a plena democracia e crie as condições para um novo ciclo de crescimento e distribuição de renda,  abrirá a saída para a crise, encerrando este ciclo de perdição. O veto judicial à sua candidatura, com estes índices de preferência, tornou-se agora mais complicado.  Explicitará mais claramente, aqui dentro e também lá fora, que se trata de perseguição e impedimento. De tapetão. O impedimento levará a disputa para um cenário como o de 1989, com  grande número de candidatos sem expressão,  onde a ausência de uma candidatura agregadora poderá permitir a eleição de um arrivista, de um outsider, de um salvador qualquer que surja no caminho. E, é claro, com baixíssima legitimidade, como altas taxas de absenteísmo, voto nulo ou em branco. Presidente ilegítimo o Brasil está tendo um e os resultados estão aí.

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O dilema das elites envolve ainda o fato de que, se for impedido, Lula ainda poderá determinar o resultado com seu apoio a um outro candidato do PT.  É verdade que o apoio a Dilma pode ter restringido sua capacidade de transferir votos, mas isso em condições normais. Numa situação em que, apesar da preferência ele tiver sido impedido de disputar,  o voto no candidato que ele indicar talvez funcione como uma espécie de acerto de contas, de revanche do eleitorado traído. 

Então, o andar de cima nacional enfrenta é um trilema: impedir Lula, apesar de seu favoritismo, com todos os riscos que isso pode acarretar; assimilar Lula, através de um pacto que permita sua eleição; ou impedir Lula mas ter que assimilar a vitória de um outro nome indicado por ele. Entre o titular e o substituto, seria muito mais vantajoso apostar no primeiro, que seria amplamente legitimado, que já foi testado e que já levou ao país a um de seus melhores momentos econômicos e sociais depois da redemocratização.

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