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Aloizio Mercadante

Aloizio Mercadante é economista, professor licenciado da PUC-SP e Unicamp, foi Deputado Federal e Senador pelo PT (SP), Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Educação e Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Tolerância zero com fraudes no Enem

O ex-ministro da Educação e colunista do 247 Aloizio Mercadante cobra do governo apuração rigorosa sobre denúncia que apontou que em 1.125 provas do Enem há probabilidade alta de fraude; "Garantir a credibilidade e a lisura do Enem é um dever do Estado brasileiro. Afinal, não há outro instrumento disponível capaz de avançarmos, de forma democrática e republicana, na inclusão dos mais pobres e no enfrentamento da nossa histórica e imensa demanda reprimida por acesso à educação superior", diz Mercadante

SÃO PAULO, SP, 26.10.2013: ENEM 2013/SP - Estudantes no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013, neste sábado, na PUC-SP. (Foto Marcelo D'Sants/Frame/Folhapress) (Foto: Aloizio Mercadante)
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma conquista da sociedade brasileira, tendo sido transformado, nos governos Lula e Dilma, no caminho de oportunidades para o acesso ao ensino superior, no Brasil. É por meio do Enem, de forma republicana, que os estudantes brasileiros, especialmente os mais pobres, têm acesso ao ProUni, ao Fies, ao Sisu e às contas.

Atuando de forma articulada com um conjunto de outras políticas públicas, o Enem é parte da estratégia de enfretamento de uma imensa demanda reprimida por acesso ao ensino superior, representada por 14,3 milhões de estudantes que já concluíram o ensino médio e não chegaram à universidade e mais de 2 milhões de concluintes do ensino médio, todos os anos. Por isso, o caráter republicano e democrático do Enem sofreu forte resistência do lobby das indústrias dos vestibulares, que mantinham cada vez mais estreito o funil de acesso às universidades, excluindo ou dificultando a participação dos estudantes mais pobres.

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Apesar das fortes resistências conservadoras, O Enem se consolidou, com amplo apoio da juventude e dos estudantes, e é, hoje, o segundo maior exame de acesso do planeta. Os aprimoramentos de gestão e de segurança, com reduções de custos e maior capacidade operacional, como a instituição de pontos de controle, lacres eletrônicos e detectores de metal, por exemplo, permitiram que o exame fosse realizado, nas atuais dimensões, sem problemas sistêmicos de segurança de 2012.

No Enem, a tolerância com qualquer tipo de irregularidade deve ser zero. Por isso, é fundamental que, a partir de denúncia realizada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (23), o Inep, órgão responsável pela organização do exame, solicite a íntegra do estudo para verificar o rigor e a consistência estatística do mesmo.

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Caso sejam constatados indícios de fraudes, como no caso de provas concentradas no mesmo município ou local de prova, com níveis de coincidência extraordinários no gabarito, inclusive nos erros, o Inep deve ir a fundo nas investigações, identificar e punir os responsáveis. Quando era ministro, fechamos um acordo de cooperação com a Polícia Federal justamente para atuação nesses casos. Além disso, o próprio edital do Enem prevê o embasamento jurídico para que os candidatos possam ser punidos e responsabilizados a qualquer tempo, como já fizemos em casos anteriores.

Os dados apresentados pela reportagem da Folha de S. Paulo não permitem concluir que há um esquema de fraudes no Enem. A amostra engloba um total de 3 milhões de gabaritos, quando falamos em um universo de pelo menos 30 milhões de provas, entre 2011 e 2016.

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Além disso, no pior dos cenários, apenas 0,04% das 3 milhões de amostras avaliadas pelo jornal apresentaram indícios de fraudes, ou seja, não foram encontradas irregularidades em 99,96% dos gabaritos analisados pela Folha de S. Paulo. Ainda assim, esses 0,04% devem ser apurados com todo rigor necessário.

Garantir a credibilidade e a lisura do Enem é um dever do Estado brasileiro. Afinal, não há outro instrumento disponível capaz de avançarmos, de forma democrática e republicana, na inclusão dos mais pobres e no enfrentamento da nossa histórica e imensa demanda reprimida por acesso à educação superior.

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