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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Tragédia brasileira: 12,7 milhões de desempregados. Quem se importa com eles?

"Nos 58 dias deste governo esquizofrênico, que só fala em cortar benefícios sociais dos mais necessitados e liberar a posse de armas, não ouvi até agora nenhum empoderado da nova ordem falar em como ao menos minorar o sofrimento dos que estão sem carteira assinada", diz o colunista Ricardo Kotscho, dos Jornalistas pela Democracia; "o próximo passo do Brasil da nova ordem, que nesta batida ainda vai acabar revogando a Lei Áurea"

Tragédia brasileira: 12,7 milhões de desempregados. Quem se importa com eles? (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reuters)
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para os Jornalistas pela Democracia – Com a pauta única da reforma da Previdência e as crianças cantando o Hino Nacional nas escolas, ninguém mais fala neles, como se tivessem sido apagados do mapa.

São os brasileiros invisíveis e anônimos: 12,7 milhões de trabalhadores que acordam todos os dias sem ir para o serviço.

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Além deles, temos hoje 4,7 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego.

Nas propagandas oficiais, anunciam que o desemprego vem caindo, mas está acontecendo exatamente o contrário, sem nenhum sinal de melhoria à vista.

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Segundo os novos números desta tragédia brasileira, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, o índice chegou a 12%, em média, no trimestre encerrado em janeiro.

Após duas quedas consecutivas, o índice voltou a subir em relação ao trimestre anterior (era de 11,7%).

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Neste país em que o presidente da República exalta nossos generais-presidentes do golpe de 64 e chama o corrupto e sanguinário ditador paraguaio Alfredo Stroessner de estadista, nada mais nos espanta.

Mas, por trás desses números da nova pesquisa do IBGE sobre o grande drama social brasileiro, tem famílias inteiras de brasileiros sem dinheiro para comer, pagar aluguel, comprar material escolar e remédios, pagar contas de água e luz, nem pegar uma condução para distribuir currículos, cada vez com menos esperança.

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Quem se importa com esses brasileiros?

Nos 58 dias deste governo esquizofrênico, que só fala em cortar benefícios sociais dos mais necessitados e liberar a posse de armas, não ouvi até agora nenhum empoderado da nova ordem falar em como ao menos minorar o sofrimento dos que estão sem carteira assinada.

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Justiça seja feita, também não vejo nenhum líder das oposições preocupado em apresentar qualquer proposta para dar um alento a esta crescente multidão de desempregados sem direito a férias, 13º salário, assistência médica, aquelas coisa de antigamente.

Voltou a crescer 1,2% o contingente de trabalhadores "por conta própria", ou seja, os que vendem comida e bugigangas nas esquinas, para ter o que comer, que já somam 23,9 milhões de brasileiros, enquanto apenas 32,9 milhões ainda têm carteira assinada num país de 208 milhões de habitantes.

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Nas noites das grandes cidades, muitos desses trabalhadores "autônomos" podem ser vistos jogados nas calçadas sob marquises e viadutos.

Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo lembra que neste mesmo período, em 2018, houve estabilidade na população ocupada e desocupada, enquanto este ano cresceu o número de desocupados.

Vai ver que foi por isso que fecharam o Ministério do Trabalho.

Sem trabalho, para que ministério, não é mesmo?

E agora não vão sossegar enquanto não acabarem com a Justiça do Trabalho.

É o próximo passo do Brasil da nova ordem, que nesta batida ainda vai acabar revogando a Lei Áurea.

Vida que segue.

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