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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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Um garoto de 16 anos não nasce assassino

Notas sobre o absurdo

(Foto: Reprodução)
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Um garoto de 16 anos não nasce assassino. 

Um adolescente de 16 anos não cresce desejando se tornar um assassino em série. 

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Um menino do interior do Espírito Santo não acorda um dia pela manhã e decide se tornar um fascista. 

O filho de um policial - ou de um não policial - não nasce nazifascista. 

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O neto, sobrinho ou primo de qualquer um não cresce sabendo manipular armas. 

Um menino que vai à escola não nasce sabendo atirar. 

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Um menino que joga bola não nasce cheio de ódio. 

Um garoto que tem problemas psicológicos - como tanta gente tem nesse mundo tão difícil de sobreviver emocionalmente - não planeja matar colegas e professores. 

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Um menino que nem descobriu a si mesmo não conhece uma suástica sozinho. 

Ele não nasce camuflado. 

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Ele não nasce vazio de reflexão. 

Ele não nasce vazio de emoção. 

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Um garoto de 16 anos só pode se tornar um assassino em meio a uma cultura de ódio. A cultura na qual o ódio é um valor. 

A cultura em que as armas, como poderosos instrumentos de ódio prático, são tratadas como banais, como brinquedos. 

A lógica do assassinato - que parece não ter lógica nenhuma - é a racionalidade do fascismo do qual o nazismo é a expressão mais cruenta. 

A apologia da morte que fez história no fascismo europeu segue no Brasil onde pululam células e grupos fascistas e nazifascistas. Jovens estão sendo aliciados por agentes do ódio que encontram solo fértil para avançar com seu projeto de matança em massa. 

O garoto que destruiu a vida de pessoas por ele assassinadas e destruiu a vida das famílias dessas pessoas, destruiu a sua própria vida e a vida de sua família. 

Não há palavras que possam consolar familiares e amigos das vítimas que seguirão traumatizados. 

O Brasil está de luto porque o império da morte avança com a irresponsabilidade de instituições que devem coibir e punir os aliciadores de menores. Os agitadores fascistas e todos os que incitam a violência são responsáveis. 

A cultura do ódio se beneficia da cultura da irresponsabilidade. 

Só um projeto envolvendo educação, cultura e meios de comunicação para a paz e a não violência podem construir um futuro em que a catástrofe que a cidade de Aracruz acaba de viver não se repita.

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