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Marcia Carmo

Jornalista e correspondente do Brasil 247 na Argentina. Mestra em Estudos Latino-Americanos (Unsam, de Buenos Aires), autora do livro ‘América do Sul’ (editora DBA).

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Argentina, 24 de março. Milhares nas ruas do país

Milhares de argentinos foram às ruas pedir memória, verdade e justiça

Protesto de argentinos (Foto: Reprodução-Divulgação)
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O dia 24 de março é feriado nacional na Argentina. Dia Nacional pela Memória, a Verdade e a Justiça. É a data de recordar o golpe militar de 1976. Nesta sexta-feira (24), milhares de argentinos saíram às ruas em vários pontos do país para dizer ‘Nunca Mais’. Em Buenos Aires, as concentrações são na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, e em frente ao Congresso Nacional.

Segui uma das várias colunas que passaram pela avenida Santa Fe, no bairro de Palermo, e chegaram à Praça de Maio. Essa caminhada foi liderada pela organização La Cámpora, braço jovem (e não tão jovem) do kirchnerismo. 

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O peronismo é o movimento político fundado há quase 80 anos pelo ex-presidente Juan Domingo Perón (1895-1974) e que foi compartilhado por ele, nos seus inícios, com a sua ex-esposa Evita Perón (1919-1952). Ainda hoje é a maior força política da Argentina. Fragmentada, ela é representada pelo kirchnerismo e também por seus opositores dentro do peronismo. Uma das frases de Perón era – “os peronistas são como gatos, quando pensam que estão brigando, estão se reproduzindo”. A La Cámpora é um nome em homenagem ao ex-presidente Héctor Cámpora, que aceitou ser candidato nas eleições de 1973 na campanha que ficou conhecida como ‘Cámpora no governo. Perón no poder’. 

Na caminhada com a organização havia famílias inteiras e muitos jovens. E bebês usando roupas com a inscrição ‘La Cámpora’. Nesta longa coluna, a maioria usava camisetas brancas com o nome da agremiação, além de bandeiras com o rosto da ex-presidente e vice-presidente do país, Cristina Kirchner. “Cristina, Cristina presidenta”, gritavam. Seus apoiadores erguiam bandeiras e cartazes indicando que tinham saído de vários pontos do interior da província de Buenos Aires e da capital federal, Buenos Aires. O público, apoiador ou não da ex-presidente, acompanhava das calçadas. O primeiro turno da eleição presidencial será no dia 22 de outubro. Antes, os argentinos irão às urnas, no dia 13 de agosto, nas primárias (Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias – PASO) para eleger o candidato de cada partido ou coalizão. Cristina disse que não será candidata, mas há quem duvide diante das manifestações de seus apoiadores, liderados pela La Cámpora. 

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O presidente Alberto Fernández tem indicado que pretende disputar a reeleição. Ele chegou à Casa Rosada indicado por ela. Atualmente, é claro o distanciamento entre eles e o deputado Maximo Kirchner, filho de Cristina e líder da La Cámpora tem sido critico de medidas do governo de Alberto Fernández. Hoje, parece pouco provável que disputem as primárias pela Frente de Todos daqui a menos de cinco meses. Nas ruas, nesta sexta-feira, pouco se viu de cartazes com o rosto de Alberto Fernández. Nas marchas, além de frases como ‘Nunca Mais’ e ‘Cristina presidente’, havia cartazes contra a Justiça – a vice-presidente foi condenada a seis anos em primeira instância no fim do ano passado e entende estar sendo perseguida pelos juízes. Longe das marchas, era possível ouvir também aqueles que não aprovam o peronismo – seja o kirchnerismo ou o debilitado albertismo. “Por que não trabalham em vez de fazer manifestação?”, reclamou uma senhora, que certamente seria uma ‘gorila’ (avessa ao movimento), no vocabulário peronista. As manifestações foram pelo Dia Nacional pela Memória, a Verdade e a Justiça. Mas, claramente, a campanha presidencial começou.

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