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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Violência e sociedade degradada

Tom Jobim falava que Nova Iorque era a cidade das grosserias e das delicadezas. Dá para emprestar esses significados com certeza à cidade do Rio de Janeiro

Rodoviária no Rio (Foto: Reprodução (G1))
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Tom Jobim falava que Nova Iorque era a cidade das grosserias e das delicadezas. Dá para emprestar esses significados com certeza à cidade do Rio de Janeiro. No caso da cidade americana, Tom se referia as grocery Stores e as delicatessens. No caso da cidade carioca, os termos são referentes aos contrastes, que ostenta a agressividade da violência e ao mesmo tempo nos contempla com as belezas da paisagem e suas mulheres. A violência de cada dia no Brasil, apenas está em uma escalada, que transcende as questões políticas, se tornando uma epidemia sem controle. Haja vista, o caso dos 17 passageiros reféns na rodoviária do Rio. A ferida está aberta e não tem como não recordarmos do ônibus 174.

A vida em sociedade é gerida por sistemas de regras e valores morais para uma convivência harmônica coletiva. Michel Foucault falava sempre sobre isso. Para ele, a vida é composta de seres viventes e dispositivos. Regras. Nos dias atuais, a verborragia que impulsiona o discurso de ódio, sempre coloca a liberdade como pressuposto para fazer tudo que lhes vem à cabeça. Daí os processos de violência na sociedade passam diretamente sob as pessoas que nela vivem onde os conceitos de regras, valores, segurança e paz, simplesmente não existem. Nesse momento, no dia a dia, atos como namorar, dirigir ou apenas se deslocar, leva esses indivíduos a pensarem não apenas nesses atos, mas também o que fazer em condições de violência. Por exemplo, namorar em locais seguros sem utensílios caros ou dirigir com tranquilidade para não dar de cara com alguém armado.

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Pela fama do carioca, podíamos imaginar que a grosseria poderia ser uma delicadeza mal interpretada. Mas o que vemos é o distanciamento do papel de um ser humano para aquele que age por interesses próprios e ameaçando sempre seu semelhante, que alimenta toda sociedade para uma esfarelamento do modelo pacífico de sociedade, e aumentando a sensação de enclausuramento, aumento de sistemas de segurança pessoal, seguros de vida, armas, câmeras e etc. Essa sociedade que se forma por puro aglutinamento de pessoas, passa a sentir medo desse mesmo propósito. 

Hoje, nossa sociedade se envolveu com as ações mais degradantes e esqueceu as boas ações. O palavrão se transformou no qualitativo compulsivo dessa geração. Por vezes não se fala duas palavras sem ter que usá-las. “Os estrangeiros que aqui chegam, aprendem primeiro o palavrão e depois um 'por  favor'". Aliás, precisam combinar o palavrão em uma frase, só para não parecer um estrangeiro. A violência em maior ou menor grau não deixará de existir, se aqueles que a compõe não fizerem o esforço de tolerância, compreensão, atingindo os valores morais e querendo o bem comum. 

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As diversas formas de violência continuarão a existir, pois mesmo tendo o esforço comum, teremos problemas como desigualdade social, exclusão, feminicídio, racismo, fome, miséria, grilagem e perversões. O aglutinamento humano gera sempre insatisfação do outro, gerando através da inveja, ira e ódio, comportamentos cada vez mais agressivos. Começamos com clavas e terminamos com a bomba atômica. Não é a toa que o filme Oppenheimer foi o grande vencedor do Oscar 2024. Um reflexo deste momento de nossa sociedade. No caso do Rio de Janeiro, começamos o dia vendo policiais fazendo festa de aniversário para milicianos e terminamos o dia com um sequestro de ônibus. 

Devemos amplificar os valores que queremos como sociedade. Devemos ter alegria em sair de casa e se embriagar com a beleza da manhã. Devemos terminar o dia com quem amamos em um café a beira mar e sentir bem para dizer: Eu te amo. 

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