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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Voto impresso e participação política

Recortes de dois aspectos trazidos pela mídia são brevemente analisados aqui.

Que os negacionistas bolsonaristas defendam o anacrônico voto impresso é esperado. Porém, surpreende que deputados do PDT, PSB e mesmo do PSDB declarem seu apoio à forma mais explícita de fraude eleitoral, como revela levantamento recentemente feito e publicado nos jornalões. Todas as denúncias feitas contra o sistema atual de votação mostraram ser ele o mais seguro do mundo, por não estarem ligadas a redes, como já bem havia afirmado o presidente do TSE e constato em outras análises e pesquisas. A diuturna ação de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas é parte de sua estratégia diversionista, envolvido que esteve em fraude eleitoral na eleição para deputado em 1994. Ainda que o voto falso encontrado à época – poderia haver mais – não deve ter alterado o resultado, o fato per se evidencia as falhas naquela forma de votação. Novamente criminoso, o presidente continua apresentando denúncias sem qualquer prova, alimentando sua rede de fake news, que ainda o mantém no poder juntamente com as benesses aos agora mais ainda acovardados parlamentares, que defendem apenas suas versões e não os fatos.

O outro aspecto é haver ainda um outro fator preocupante visto por trás da pesquisa recente que mostra um perigoso afastamento das pessoas da política. A conclusão é a percepção de que política é apenas a partidária, eleitoral e governamental. Isso por si só já é preocupante, pois viver é tomar partido e a política é indissociável de nossa condição humana. As pessoas estão, portanto, se afastando de toda e qualquer discussão para tomada de decisões, sejam as de melhorias no bairro, sejam as de transporte, segurança, educação, saúde, lazer, etc., delegando-as a outros. Voltaremos à prática da cidadania limitada a saber cantar o Hino Nacional?

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.