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Bolsonaro pratica crimes de responsabilidade e Aras “nada faz”, denuncia jurista Deborah Duprat

Para a procuradora aposentada do Ministério Público Federal, Jair Bolsonaro pode ser considerado causador de epidemia, o que é considerado crime hediondo, e o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, “está desorientado” e “fora da sua missão constitucional”

Déborah Duprat, Augusto Aras e Jair Bolsonaro (Foto: MPF | Reuters)
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247 - A jurista Deborah Duprat, subprocuradora-geral da República aposentada do Ministério Público Federal, ocupando por dois mandatos o cargo de procuradora federal dos Direitos do Cidadão, afirmou em entrevista ao Boa Noite 247 não saber em que momento o órgão "desandou", ao comentar a omissão de Augusto Aras, atual Procurador-Geral da República, diante dos crimes de Jair Bolsonaro.

"O principal papel do MP é a defesa da ordem democrática. Está lá no artigo 127. Se há tantas denúncias de falência da ordem democrática, todos sabem que o Bolsonaro esteve num evento na saída do Palácio do Planalto e disse que 'a garantia da democracia são as Forças Armadas'. O tempo todo é essa investida contra os Poderes e o Ministério Público Federal nada faz, certamente ele [Augusto Aras] está desorientado. Está fora da sua missão constitucional", analisou Duprat, que integra o grupo de procuradores da República que acionaram o MPF apontando a omissão de Aras diante dos crimes de Jair Bolsonaro em sua política frente à pandemia.

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"Esse pedido de responsabilização de Bolsonaro decorre de fatos que foram posteriores ao primeiro pedido que foi capitaneado pelo advogado Mauro Menezes. Essa é uma petição muito robusta que vem mostrando os inúmeros crimes, desde a exposição da população ao perigo até o crime de prevaricação e malversação de verbas públicas como foi o caso do investimento na aquisição da cloroquina e depois a ausência de recursos para outras medidas como foi o caso da questão indígena", destacou.

A procuradora cita o estudo coordenado pela pesquisadora e também jurista Deisy Ventura, uma das responsáveis pelo boletim “Direitos na Pandemia – Mapeamento e Análise das Normas Jurídicas de Resposta à Covid-19 no Brasil”, que aponta os fundamentos que sustentam que “há arcabouço legal no Brasil para condenação de Bolsonaro por genocídio".

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Segundo Duprat, as ações de Jair Bolsonaro mostram que não há incompetência do governo no enfrentamento à pandemia, mas intencionalidade.

"Esse estudo mostra que cada vez que Bolsonaro falava contra uma medida sanitária, ele produzia um ato normativo que provocou o retorno da população às atividades", salienta Duprat, citando como exemplo a inclusão de academias, salões de beleza que foram elencados por Bolsonaro como "serviços essenciais".

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"Há uma sequência de atos intencionais que nós, que subscrevemos a última petição, acreditamos que permitam esse enquadramento nessa figura típica tão severa. Quando o causador da epidemia provoca morte, o crime é considerado hediondo", sustentou a procuradora, que afirma que tal conduta se enquadra no artigo 267 do Código Penal: “Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”. 

"Bolsonaro desmontou a administração pública"

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A jurista apontou o desmonte do Estado desde o golpe de 2016. "A emenda do teto de gastos fere de morte o projeto constitucional porque não se combate desigualdade sem investimento público. E ela corta os investimentos públicos por 20 anos. Houve ainda a reforma trabalhista", relaciona.

De acordo com ela, o governo Bolsonaro dá continuidade a esse desmonte da administração pública federal com a extinção da participação social que fere a Constituição e a democracia. 

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"Ele [Bolsonaro], de fato, destruiu. Veio para destruir e está destruindo a democracia e os espaços que foram construídos desde o primeiro governo eleito, de Fernando Collor, para enfrentar as desigualdades e para desenvolver políticas públicas", frisou.

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