Chefe do CNPQ prevê apagão da pesquisa científica no País

Segundo presidente do CNPq, Evaldo Vilela, órgão corre o risco de não ter dinheiro para pagar nem mesmo as bolsas já vigentes. Ele alerta que cortes previstos para o orçamento de 2021 podem levar a enxugamento de bolsas e até a uma resposta reduzida da ciência à pandemia

(Foto: Reprodução)


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247 - A pesquisa científica no Brasil pode sofrer colapso. Uma das principais agências de fomento à pesquisa do país, o CNPq pode ter até metade de sua produção comprometida caso os cortes previstos no orçamento de 2021 não sejam revertidos no Congresso Nacional.  

Em entrevista ao Globo, o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, afirma que o corte de 5,3% em relação ao ano anterior, previsto no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), juntamente com o fato de quase a metade do orçamento (R$ 696 milhões) estar condicionada à aprovação do Congresso, podem fazer com que o órgão não tenha dinheiro para pagar nem mesmo as bolsas já vigentes, que hoje giram em cerca de 80 mil.

Até mesmo a resposta do país à pandemia de Covid-19 pode ficar prejudicada, uma vez que diversas pesquisas na área estão sendo financiadas pelo órgão. 

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Referindo-se aos cortes que ocorrerão no orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2021, o presidente do CNPq disse que "o orçamento seria diminuído para o ano que vem em R$ 200 milhões", mas a instituição conseguiu reverter e a diminuição será de R$ 100 milhões, que ele considera muito. "O que nos preocupa é que este orçamento está dividido em duas partes. Uma delas, que já está garantida, corresponde mais ou menos à metade. A outra parte, em lei complementar, que é o condicionado que pode ser liberado dependendo da política econômica. Nunca foi tão grande, de R$ 600 milhões. No ano passado foi de R$ 60 milhões, e o Congresso nos liberou. Vai liberar este ano?"

Evaldo Vilela prevê uma "catástrofe" se o Congresso não liberar "porque vamos rachar a pesquisa no CNPq à metade". Ele alerta que os níveis de financiamento da pesquisa no Brasil têm caído sistematicamente. 

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Um dos ítens mais atingidos na atividade do CNPq serão as bolsas de pesquisas. "Temos um patamar de cerca de 80 mil bolsas por mês. Esse é o dinheiro que nós temos hoje, R$ 1,3 bilhão que mantém essas bolsas. Se não tivermos esse dinheiro, significa que não vamos poder manter as 80 mil bolsas". 

Também a resposta à Covid-19 poderá ficar comprometida, na opinião do presidente do CNPq. 

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