É questão de tempo para manifestações chegarem ao Brasil, diz Mercadante sobre o Chile

247 - As manifestações populares que ocorrem na América do Sul, em especial no Chile, também chegarão ao Brasil, trata-se apenas de uma questão de tempo, avaliou o ex-ministro Aloizio Mercadante à TV 247. Em resposta à declaração de Jair Bolsonaro, que disse que “se a pena for dura vai inibir ações desse tipo”, Mercadante lembrou que a Constituição brasileira reserva o direito à livre manifestação aos cidadãos. Nesta semana, Bolsonaro declarou que o Brasil não está livre de ter problema semelhante ao do Chile.

O ex-ministro afirmou que a insatisfação acumulada do povo com o governo Bolsonaro fará com que surjam protestos de grande magnitude, como os do Chile. “Eu tenho absoluta convicção de que vai acontecer. Quando vai acontecer nem eu e nem ninguém sabe. Não depende só da vontade política de ninguém, o que vai deflagrar uma forte mobilização no país é essa insatisfação acumulada, represada e contida. É isso que está sendo construído, em toda a região estamos vivendo isso. É inexorável que vai acontecer no Brasil, principalmente se continuarem na batida que estão: tirando direitos”.

Além da insatisfação, o clima tenso na América do Sul também torna propícia a chegada dos movimentos populares ao Brasil. “Nós vamos caminhar em uma camada de gelo fino. Esse ambiente em torno da América do Sul, do impacto da crise na região, está muito forte. A insatisfação no Brasil é muito forte, a perda de apoio ao governo é muito forte e a perda de credibilidade é total”.

No Japão, Jair Bolsonaro comentou os levantes do povo sul-americano e prometeu endurecer a lei caso protestos como os do Chile e Equador surjam no Brasil.

Em resposta, Mercadante lembrou o chefe do Planalto que o povo tem direito de manifestar livremente. “Está na Constituição, Bolsonaro, o direito à expressão, à livre manifestação, é legítimo e democrático. O mais importante não é ter o movimento de uma minoria radicalizada, não é isso que muda a história. O que é importante é ter muita gente organizada se manifestando, é isso que pesa para o governo, é isso que incomoda, é isso que são as placas tectônicas que desestabilizam o projeto que está aí, isso que vai mudar o curso da história. Nós precisamos é de muita gente se manifestando de forma legítima e pacífica”.

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