“Este governo é o patrocinador do caos”, diz João Cezar de Castro Rocha
O professor e historiador afirmou, em entrevista à TV 247, que o governo Bolsonaro, ao depender de empresários golpistas para sua sustentação, aproximou o país de uma situação de desabastecimento ainda mais grave durante as mobilizações do 7 de setembro. “O que o Bolsonaro deseja é o caos”. Assista
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247 - O professor e historiador João Cezar de Castro Rocha avaliou, em entrevista à TV 247, que o locaute promovido por empresários e caminhoneiros bolsonaristas jamais poderia ser bem-sucedido em dar um golpe de Estado, como esperava Jair Bolsonaro. As paralisações, no entanto, somente iriam exacerbar a situação de desabastecimento no país, destacou.
“No Chile, o locaute (de 1972) foi bem-sucedido porque era um locaute revolucionário para derrubar um governo. No Brasil, o locaute não pode ser bem-sucedido porque ele é patrocinado pelo próprio governo que está no poder. O desabastecimento será uma tragédia para todos nós. A inflação já está alta. Em Santa Catarina, por exemplo, já está faltando gasolina, e o preço vai ficar ainda maior. Se o locaute for bem-sucedido, nós não vamos ter comida nas mesas”, explicou o professor.
Ao depender destes empresários para sua sustentação, o governo se torna, também, um “patrocinador do caos”, avaliou Castro Rocha. “É absolutamente insano, porque é um locaute patrocinado por empresários que apoiam o governo. Isto é, este governo é o patrocinador do caos. O que o Bolsonaro deseja é o caos. O 7 de setembro, para o Bolsonaro, ficou muito aquém das suas expectativas, porque ele esperava que se houvesse milhões de pessoas nas ruas, ele iria marchar com essas pessoas para o Supremo Tribunal Federal e para o Congresso. Não nos enganemos, ele esperava que isso acontecesse”, afirmou.
Depois que os caminhoneiros paralisaram dezenas de pontos em estradas brasileiras, Bolsonaro se reuniu com o grupo e pediu para que não continuassem com a paralisação. As avaliações foram de que ele inflou o protesto, mas depois acabou perdendo o controle. Em sua live desta quinta-feira (9) nas redes sociais, ele elogiou os caminhoneiros, mas alertou que, se o protesto deles continuasse para além de domingo, provocaria uma crise grave de desabastecimento no País.
Nesta quinta, pouco depois da entrevista de João Cezar, Bolsonaro divulgou uma carta no site do governo - articulada e escrita por Michel Temer - na qual recua seu tom, diz nunca ter atacado as instituições e chega a elogiar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que nos últimos dias foi chamado até de “canalha” por ele. O conteúdo deixou a base bolsonarista ainda mais perdida e parte dela revoltada com o chefe do Planalto.
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