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Preços reduzidos e logística facilitada: política armamentista de Bolsonaro abastece o PCC

Graças às flexibilizações de Bolsonaro, integrantes de organizações criminosas veem mais vantagem em comprar armas legalmente no Brasil do que por meio do contrabando internacional

(Foto: Reprodução/Instagram | Reuters)
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247 - Por meio de medidas que facilitaram a aquisição, registro, cadastro e posse de armas e munições, Jair Bolsonaro (PL) ajudou facções criminosas locais, como o PCC, a abastecerem seus arsenais de forma a pagar menos e ter logística facilitada, mostra reportagem da coluna do Marcelo Godoy do jornal Estado de S. Paulo.

A partir da alteração, inclusão ou revogação de mais de 300 medidas correlatas ao tema desde o início de seu mandato, o atual chefe do Executivo flexibilizou - e muito - o acesso à licença de colecionador, atirador ou caçador (CAC). Com um certificado de atirador em mãos, é permitida ao cidadão a compra de 30 armas (sendo 15 fuzis de uso restrito) e 6 mil munições por ano. Já o registro de colecionador permite a compra de armas sem limite anual, tendo como única restrição um teto de cinco exemplares de cada modelo disponível.

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De acordo com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, especialista em combate ao crime organizado, é muito fácil para as facções criminosas “pegar um laranja, tirar o certificado de CAC”. O promotor explicou que, para essas organizações, é mais vantajoso comprar por meios legais no Brasil do que através do contrabando com os vizinhos sul-americanos: “Eles (integrantes do PCC) pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo e agora pagam de R$ 12 mil a R$ 15 mil um (fuzil calibre) 556 com nota fiscal.

”Imagine o custo, o peso e o trabalho para trazer de helicóptero do Paraguai ou Bolívia 6 mil munições de calibre 556 (usadas em fuzis) se com apenas um CAC você pode fazer isso no Brasil. Compensa e bastante”, complementou Gakiya à coluna do Marcelo Godoy. O especialista também revelou que investigações do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) descobriram que lideranças de facções criminosas ordenam a seus integrantes a obtenção do registro de CAC para comprar armas legalmente. Há quase nenhuma fiscalização sobre o perfil e os antecedentes criminais do interessado em obter a licença, o que facilita ainda mais aos bandidos.

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Dados do Instituto Sou da Paz, apurados com a Força Terrestre, mostram que houve um aumento de 262% de cidadãos com certificado CAC no Brasil entre julho de 2019 e março de 2022 - de 167.390 para 605.313 pessoas. Tal número representa uma média de 449 novos registros de CAC por dia.

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