Temer recua no caso Fiocruz e escolhe candidata mais votada
Mais votada em lista tríplice, pesquisadora Nísia Trindade assumirá a presidência da Fiocruz depois de dois dias de intensa negociação e depois da mobilização de deputados do PT, que estiveram em audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, na tarde desta terça-feira 3; "Ficou bem para a Fiocruz. Encontramos uma boa solução. A primeira colocada será nomeada, mas com o compromisso de participação da segunda na gestão", disse Temer; anúncio oficial já foi feito pelo ministro Ricardo Barros, que saiu derrotado no episódio
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247 - Michel Temer voltou atrás no polêmico caso da Fiocruz e vai nomear a pesquisadora Nísia Trindade, mais votada na lista tríplice da instituição de saúde, como presidente da Fundação.
A decisão ocorreu depois de dois dias de intensa negociação entre Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Ricardo Barros (Saúde), Moreira Franco e o coordenador da bancada do Rio na Câmara, Hugo Leal (PSB).
E principalmente depois da mobilização dos deputados Paulo Teixeira (PT/SP), Chico D'Angelo (PT/RJ) e Afonso Florence (PT/BA), que estiveram em audiência com o ministro Ricardo Barros na tarde desta terça-feira 3.
Eles argumentaram em favor da nomeação de Nísia Trindade e ouviram de Barros um aceno de que a decisão poderia ser reconsiderada.
"Ficou bem para a Fiocruz. Encontramos uma boa solução. A primeira colocada será nomeada, mas com o compromisso de participação da segunda na gestão", disse Temer, segundo o colunista Ilimar Franco, do Globo.
Ainda segundo o jornalista, Temer brincou sobre posts e fotos pedindo Fora Temer ou o criticando por ter aplicado mais um golpe, uma vez que nomearia para o cargo a concorrente de Nísia, Tânia Araújo-Jorge, que perdeu na eleição interna. " Dizem que as duas são fora Temer, mas esse governo não leva em conta essas coisas", afirmou.
"A Fiocruz é uma instituição respeitada internacionalmente, com enorme importância em diversas áreas de pesquisa, e há 25 anos sua presidência é sempre ocupada por quem vence a consulta direta aos servidores da instituição", disse Paulo Teixeira.
O gesto de desrespeitar essa tradição, segundo o deputado, seria não apenas uma afronta à soberania da Fiocruz, como também poderia criar uma tendência desconfortável para outras instituições federais de ensino e pesquisa, que também fazem consultas às suas comunidades antes de nomear reitores ou presidentes.
Na eleição entre os funcionários da Fundação Oswaldo Cruz, no fim de novembro, Nísia recebeu 2.556 votos em primeira opção (59,7%), contra 1.695 votos de Tânia.
O ministro Ricardo Barros já fez o anúncio oficial em coletiva de imprensa. Ele saiu derrotado do episódio, uma vez que defendida o nome de Tânia, assim como o deputado Hugo Leal.
"Houve um entendimento para que fosse nomeada a pesquisadora Nísia, que foi a mais votada na lista [interna da instituição]. A pesquisadora Tânia [Araújo-Jorge, segunda mais votada] também esteve junto com o presidente conosco para avançar no sentido da unidade em torno da Fiocruz", disse o ministro.
Em entrevista ao jornalista Paulo Moreira Leite, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro disse que a escolha de Tânia seria um "retrocesso sem precedentes" para a instituição (relembre aqui).
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