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Coronavirus

Covid-19: casos de infecção avançam em 9 capitais e ocupação de UTIs dispara no Brasil

Internações decorrentes da pandemia de coronavírus já estão saturando a rede privada de hospitais e transbordando para o sistema público em nove capitais; especialistas em saúde alertam para uma nova onda de infecções nas classes A e B e médica do HC faz apelo para o retorno ao distanciamento

UTI de hospital em Porto Alegre (RS) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: REUTERS/Diego Vara)
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247 - Nos últimos meses, o Brasil conseguiu manter a curva de estabilidade de novos infectados pela Covid-19, mas especialistas em saúde alertam que nove Estados da federação voltaram a registrar aumento preocupante no número de internações decorrentes do vírus, segundo levantamento do sistema InfoGripe publicado em reportagem do Globo.

De acordo com o levantamento, uma forte tendência (superior a 95%) de avanço da pandemia foi detectada em Florianópolis, em João Pessoa e Maceió. Houve uma probabilidade moderada de crescimento (maior que 75%) da Covid-19 em Belém, Fortaleza, Macapá, Natal, Salvador e São Luís.

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Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica na reportagem que “o Brasil voltou cedo demais à normalidade", em referência à flexibilização do isolamento social. "Por isso, nossa segunda onda pode ser mais grave do que a vista na Europa. Lá, o número de casos foi bastante reduzido até a pandemia atingir novamente a população. Aqui, nunca chegamos a um índice confortável, estacionamos em um nível alto. Então, se houvesse uma nova leva da doença, ela nos pegaria no meio de uma pista, e não no começo”.

O aumento de novas infecções já reflete nas internações. Na rede municipal de saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 95% nesta quarta-feira (11), com 239 pacientes internados, o maior número desde o início da pandemia, em março.

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Na rede privada, o aumento também é preocupante. Segundo informou a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo, hospitais privados da capital voltaram a registrar aumento preocupante no número de internações por Covid-19.

O Hospital Sírio-Libanês, que atende à população com alto poder aquisitivo, teve picos de até 120 internações em abril e viu o número cair para 80 em outubro. Agora, subiu outra vez para 120. Do total de doentes, 50 estão em UTI. Já o HCor chegou a internar cem pessoas por Covid-19 nos meses de pico. O número caiu para 18 —e agora voltou a subir, para em torno de 30 pacientes. 

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A alta das internações em hospitais particulares tem uma razão. O inquérito sorológico feito pela prefeitura de São Paulo já havia ressaltado que os casos de infecção pelo novo coronavírus estavam crescendo nas classes A e B, que ficaram em isolamento durante a quarentena e agora relaxaram as medidas de proteção ao vírus, frequentando restaurantes, participando de grandes reuniões sociais, viagens e até festas com aglomerações. 

Nos bares da capital paulista frequentados pela classe alta e média, é corriqueiro ver aglomerações de descumprimento da determinação de isolamento de dois metros entre as mesas. 

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Apesar dos índices, nesta quarta-feira (12), o governador de São Paulo, João Doria, negou que as internações pela Covid-19 estejam aumentando.

Apelo 

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A infectologista Christina Gallafrio Novaes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, fez um relato preocupante do cenário de saturação dos hospitais por conta da Covid-19 e pede para que a população respeite o distanciamento social e evite encontros. Leia a íntegra de seu apelo, que foi publicada pela jornalista Mônica Bergamo e viralizou nas redes sociais: 

"Caros:

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Nunca achei que fosse fazer um pedido desses, mas aqui estou, por exaustão. Peço desculpas antecipadamente por meu pedido.

As infecções por Covid têm aumentado na cidade de São Paulo entre as classes A e B nas últimas 3 semanas, e vários hospitais de que tenho informação ou vivência direta (Sírio, Oswaldo, 9 de Julho, Samaritano, Santa Paula, São Luiz...) tiveram aumento significativo de atendimentos e, pelo menos dois desses, estão lotados. As nossas consultas aumentaram exponencialmente. E não é por ônibus ou metrôs lotados. É por festas, encontros, jantares. Espero que esse aumento não passe para a população menos favorecida, porque o HC já não tem condições de reservar novamente um instituto inteiro, como fez na primeira onda, para tratar Covid, uma vez que está lotado agora com as internações por outras doenças que estavam represadas. Não teremos mais condições de ter, como antes, 500 leitos de UTI.

Venho então pedir encarecidamente que usem máscaras, mantenham distância e façam pelo menos uma pausa (2 ou 3 semanas já ajudariam bastante) nos encontros não essenciais. Se forem inevitáveis, que sejam ao ar livre, com poucas pessoas. Nós, da saúde, estamos exaustos. Considerem isso antes de promover encontros. Está sendo muito difícil manter nossa saúde mental e física com uma carga de trabalho tão grande de forma contínua desde o início do ano. O descaso vem de cima, eu sei, contra isso não temos muitas armas. Mas aqui, neste grupo querido, tenho certeza que posso contar com a compreensão, apoio e esforço de vocês.

É temporário."

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