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A carne mais barata do mercado é a carne negra, denunciou Elza Soares

É a carne que vai de graça pro presídio, para debaixo do plástico e vai de graça para o subemprego, cantou Elza

A carne mais barata do mercado é a carne negra, denunciou Elza Soares (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 – A cantora e compositora Elza Soares, que faleceu ontem aos 91 anos, foi também um dos maiores símbolos da luta contra a opressão e o racismo no Brasil. Um de seus clássicos é "A carne negra", que denuncia todas as formas de exploração dos corpos negros no Brasil. Confira:


A carne mais barata do mercado

É a carne negra

Tá ligado que não é fácil, né, mano?

Se liga aí

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Só-só cego não vê

Que vai de graça pro presídio

E para debaixo do plástico

E vai de graça pro subemprego

E pros hospitais psiquíatricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Dizem por aí

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Que fez e faz história

Segurando esse país no braço, meu irmão

O cabra que não se sente revoltado

Porque o revólver já está engatilhado

E o vingador eleito

Mas muito bem intencionado

E esse país vai deixando todo mundo preto

E o cabelo esticado

Mas mesmo assim ainda guarda o direito

De algum antepassado da cor

Brigar sutilmente por respeito

Brigar bravamente por respeito

Brigar por justiça e por respeito (Pode acreditar)

De algum antepassado da cor

Brigar, brigar, brigar, brigar, brigar

Se liga aí

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Na cara dura, só cego que não vê

A carne mais barata do mercado é a carne negra

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Na cara dura, só cego que não vê

A carne mais barata do mercado é a carne negra

Tá, tá ligado que não é fácil, né, né mano

Negra, negra

Carne negra

É mano, pode acreditar

A carne negra