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Cultura

Carla Careca: “só merece ser chamado de cristão aquele que tem Jesus Cristo como mestre da sua vida”

À TV 247, a criadora do projeto “Amor na prática”, que leva motivação através da música e da espiritualidade para pacientes com câncer em estado terminal, aponta uma grande distorção no conceito de cristianismo na sociedade: “cristianismo é a prática dos ensinamentos do Cristo”. Assista

Carla Careca (Foto: Reprodução)
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Por Nêggo Tom, 247 - Ela é cantora, palestrante, coach motivacional, espiritualista e celebrante de casamentos. Carla Ribeiro, ou Carla Careca, como é conhecida nas redes sociais, se define como “um ser humano que está aqui passando por uma experiência, como qualquer outro, fazendo as minhas escolhas baseadas nos valores que eu considero os mais nobres para se viver nesse mundo. Eu sou uma eterna metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas”. Sobre o trabalho que realiza voluntariamente nos hospitais de São Paulo, ela explica que, “na verdade, o meu trabalho não é destinado apenas a pacientes com câncer. O ‘Amor na Prática’ surgiu como um braço do meu trabalho como cantora que faço dentro de instituições, como asilos, hospitais e clínicas de recuperação para dependentes químicos. Era um trabalho que eu já fazia há muito tempo, antes de ter esse nome, mas em 2014 um grupo de pessoas se juntou comigo e também veio fazer esse trabalho, que tem como propósito levar música e a presença de pessoas para outros que estão passando por situações de desafio“.

Sem ter uma religião para chamar de sua, Carla Careca é simpatizante da espiritualidade umbandista e leva sua fé para o trabalho voluntário que realiza. Ela conta que “a receptividade das pessoas é muito boa, porque as pessoas estão numa situação de vulnerabilidade emocional. Em todos os lugares que vamos, existe uma dor emocional muito grande. E quando eu chego, chego sempre com a música. Eu sempre pergunto se eu posso entrar, quando é um quarto de hospital, pergunto para a pessoa qual o estilo de música que ela gosta de ouvir. Então, a pessoa já entende como um presente, o fato de ela receber uma música que a toque no coração. A partir daí, começamos a conversar e as coisas fluem de modo natural. A resposta é quase sempre positiva“. A espiritualista considera que doar-se ao outro, além de um gesto de amor, é um ato de resistência em tempos em que vive-se sob um sistema que produz e incentiva um comportamento egoísta, opressor e intolerante.

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“A minha filosofia de vida está baseada em olhar para mim, no sentido de que todo trabalho que eu faço de autoconhecimento vai tirando de mim esse olhar de arrogância e separação sobre o mundo e sobre os outros. E a partir de um trabalho de transformação pessoal é que posso me ofertar como um ser humano melhor para o mundo. A gente não pode doar para os outros, aquilo que não temos verdadeiramente dentro de nós”, avalia. Questionada se as religiões cristãs têm contribuído com a propagação da intolerância, o que, de certa forma, motiva essa falta de amor ao próximo, Carla entende que “uma pessoa por frequentar uma religião, ela pode falar que é ela o que quiser. Porém, eu acredito que só merece ser chamado de cristão, aquele que tem Jesus Cristo como mestre da sua vida. Eu não posso falar sobre culinária, se eu não sei cozinhar. É a prática dos ensinamentos de Cristo que deve receber o nome de cristianismo. E existe uma distorção muito grande nesse conceito, e não de agora. É desde sempre. ”

Carla Careca cita outros ícones religiosos para alertar para o sequestro que as religiões sofreram por parte de radicais, fundamentalistas e pessoas mal intencionadas. “Isso ocorre desde que várias outras religiões pegaram figuras como Cristo, Buda e Maomé, por exemplo, e levam como uma teoria, promovendo absurdos com isso. Por isso que eu entendo que o grande movimento de transformação não está na religião. Ele está na espiritualidade. A religião é como se fosse uma escola. Eu vou lá, vou escutar e vou aprender. Agora, como eu vou colocar aquilo em prática na minha vida, é que vai determinar que tipo de ser humano eu sou. Tem muitos ateus que são muito mais cristãos do que muitos religiosos. Óbvio que não podemos generalizar, porque dentro do segmento cristão existem pessoas incríveis que não são favoráveis a todo esse movimento radical e preconceituoso que existe no meio. É preciso saber separar o joio do trigo”. 

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O programa “Um Tom de resistência” é apresentado por Ricardo Nêggo Tom e vai ao ar às quintas-feiras, às 17 horas, na TV 247.

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