Nelson Barbosa diz que juros deveriam estar mais baixos
Na avaliação do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a taxa de juros no Brasil deveria cair ainda mais; "O Copom reduziu a Selic para 7,5% na quarta-feira (25). A decisão frustrou quem esperava alguma ousadia de nosso Banco Central (de onde menos se espera... daí que não sai nada mesmo). (...) É possível a Selic mergulhar bem abaixo de 7%? Sim, é possível, desde que o atual Copom faça uma coisa que ele nunca fez até agora: arriscar errar na dose para menos", escreve
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247 - Em artigo publicado nesta sexta, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa criticou as políticas de juros do Copom.
Confira abaixo alguns trechos do texto:
"O Copom reduziu a Selic para 7,5% na quarta-feira (25). A decisão frustrou quem esperava alguma ousadia de nosso Banco Central (de onde menos se espera... daí que não sai nada mesmo).
Agora a expectativa é de novo corte em novembro, para 7%, e depois estabilidade em torno de tal valor, pelo menos até meados de 2018.
É possível a Selic mergulhar bem abaixo de 7%? Sim, é possível, desde que o atual Copom faça uma coisa que ele nunca fez até agora: arriscar errar na dose para menos. Explico.
A taxa básica de juro real compatível com a estabilidade da inflação —que nós, economistas, chamamos de taxa de juro natural— é uma variável não observável que muda ao longo do tempo.
(...)
Quando a taxa básica de juro cai muito abaixo do seu nível natural, a inflação sobe e o BC revê suas decisões. Foi isso que aconteceu em 2013-15, quando o BC elevou a Selic de 7,25% para 14,25% (sim, Tombini corrigiu seu erro inicial com um ajuste maior para cima).
Análises recentes indicam que a redução dos juros foi correta na passagem de 2011-12. A Selic caiu quando tinha que cair. O problema foi que ela demorou a subir quando isso foi necessário.
Agora vivemos a situação oposta, pois a Selic demorou a cair quando isso foi necessário. Nos últimos 12 meses, a inflação diminuiu rapidamente (ainda bem), puxada pela forte desaceleração dos preços dos alimentos (ufa) e pelo movimento global de apreciação de moedas de países emergentes (até quando ninguém sabe)."
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